Atleta paralímpico Marcondis Nascimento brinca com cadela Vicky e outro cão no DF (Foto: Marcondis Nascimento/Arquivo pessoal)
Apaixonado por histórias de lealdade entre homens e seus cães, um atleta paralímpico de Brasília
tomou uma decisão despretensiosa, mas digna de roteiro de cinema:
adotou uma vira-lata que, depois de ser atropelada e abandonada, perdeu
as duas patas traseiras. Vicky passou por tratamento, ganhou uma cadeira
de rodas e há sete meses virou o xodó da casa de Marcondis Nascimento,
de 39 anos, no Lago Norte.
O atleta soube da cadela por uma amiga que atua na ONG Projeto Adoção
São Francisco, onde Vicky foi acolhida. Ela chegou a passar por um lar
temporário, mas a responsável pediu ajuda para cuidar do animal, que
apresentava muitas limitações.
"Fiquei muito irritado ao saber que ela foi abandonada nessa condição. É
difícil entender o que se passa na cabeça de uma pessoa, mas não
acreditei. Sou meio indiferente a emoção de filme, mas sempre que
assisto 'Marley e eu' ou 'Sempre ao seu lado' eu choro de verdade,
porque o que envolve animal me machuca, me dói demais", disse.
Para recebê-la em casa, Nascimento construiu um canil exclusivo e colocou tatame no chão. Além disso, pediu a ajuda da mãe para monitorá-la. A residência tem outros cinco cães, além de dois gatos.
"Ela não consegue controlar o xixi e o cocô, então sempre tem que ter alguém limpando. Fora isso, tudo bem. Ela dá bem menos trabalho do que eu esperava. Eu tinha medo pela piscina, até de os outros saírem desembestados e a derrubarem sem querer, mas ela nem chega perto", explica o atleta. "A gente só tem que ficar de olho porque ela quer correr o tempo inteiro, aí acaba batendo nas coisas e se arranhando."
Para recebê-la em casa, Nascimento construiu um canil exclusivo e colocou tatame no chão. Além disso, pediu a ajuda da mãe para monitorá-la. A residência tem outros cinco cães, além de dois gatos.
"Ela não consegue controlar o xixi e o cocô, então sempre tem que ter alguém limpando. Fora isso, tudo bem. Ela dá bem menos trabalho do que eu esperava. Eu tinha medo pela piscina, até de os outros saírem desembestados e a derrubarem sem querer, mas ela nem chega perto", explica o atleta. "A gente só tem que ficar de olho porque ela quer correr o tempo inteiro, aí acaba batendo nas coisas e se arranhando."
O atleta paralímpico Marcondis Nascimento e a cadela Vicky, no DF (Foto: Marcondis Nascimento/Arquivo pessoal)
De acordo com Nascimento, Vicky é a mais arisca entre os animais e
sempre chega primeiro ao portão quando tem visita. Pouco brincalhona,
mas companheira, ela adora rolar no chão, rasgar o que encontra pela
frente e comer abacates e mangas que caem do pomar da casa.
"Ela cuida da casa melhor do que ninguém. Esses dias um rapaz veio fazer um serviço para a gente e estava com medo de outro cão, que nem ligou para ele. Quem mordeu foi a aleijada", ri. "Ela é brava com os outros. Era de rua, então quer sempre comer logo, não deixa ninguém encostar no pote dela. E às vezes, quando você chega perto, ela reage como se tivesse medo, como se achasse que você quer bater."
"Ela cuida da casa melhor do que ninguém. Esses dias um rapaz veio fazer um serviço para a gente e estava com medo de outro cão, que nem ligou para ele. Quem mordeu foi a aleijada", ri. "Ela é brava com os outros. Era de rua, então quer sempre comer logo, não deixa ninguém encostar no pote dela. E às vezes, quando você chega perto, ela reage como se tivesse medo, como se achasse que você quer bater."
O atleta, que ficou paraplégico após levar um tiro nas costas aos 18
anos, durante uma briga entre famílias em Pernambuco, garante que não se
comove pelo fato de Vicky também ser deficiente. Ele pratica tiro com
arco e atualmente se prepara para uma competição nacional que ocorre em
abril.
"Ela é nosso xodó, a gente tem que ter uma atenção maior, claro. E eu
quero cuidar, quero ver como é isso de conviver com limitação, até
porque tenho boa sensibilidade e sei me virar bem. Mas eu amo todos os
meus bichos, quero o mesmo bem a todos, independentemente de ter algo ou
não", afirma Nascimento.
Adoção responsável
Responsável pelo amparo a Vicky na ONG, a protetora de animais Ana Lúcia Vieira afirma que alguns cuidados são importantes para quem vai se responsabilizar por um bichinho, como comprar ração de boa qualidade e levá-lo periodicamente ao veterinário. Além disso, é importante ter carinho e paciência na fase de adaptação à família.
Já quando o animal tem alguma deficiência, é necessário observar outras coisas. "Tem que ter acessibilidade, uma casa em que seja possível circular de cadeirinha ou, mesmo quando não estiver usando, andar com segurança", destaca.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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