Levantamento do Ministério do Turismo mede intenção de viagem.
17,7% disseram que irão viajar sem companhia; há 1 ano, eram 13,1%.
Gustavo
Gamaliel em Pequim, Dubai, na Disney e em Nova York; o engenheiro
conhece 36 países, e para ao menos 20 deles viajou sozinho (Foto:
Gustavo Gamaliel/Arquivo pessoal)
Com o sonho de conhecer 100 países, o engenheiro Gustavo Gamaliel, de
31 anos, já esteve em 36 até hoje. Desses, ao menos 20 ele conheceu
sozinho, e por opção: o mineiro que mora no Rio prefere viajar sem
companhia. “Nem sempre seus amigos, familiares ou sua namorada têm a
mesma disposição, tempo e dinheiro que você. Sozinho é muito mais
simples”, defende.
Kelsen Andrade em sua primeira viagem sem
companhia, em Nova York
(Foto: Kelsen Andrade/Arquivo pessoal)
companhia, em Nova York
(Foto: Kelsen Andrade/Arquivo pessoal)
Segundo uma nova pesquisa do Ministério do Turismo, cada vez mais
brasileiros estão viajando como Gustavo, sem a companhia de amigos ou
parentes.
O estudo, feito com 2 mil pessoas em sete capitais, mostra que 17,7%
dos entrevistados que pretendem viajar nos próximos seis meses irão sem
ninguém. Há um ano, em fevereiro de 2013, esse valor era de 13,1%.
O aumento ocorreu em todas as faixas etárias, mas foi mais acentuado
entre aqueles com até 35 anos de idade, grupo que registrou alta de 10
pontos percentuais. O resultado completo do levantamento será divulgado
na próxima semana.
Entre as vantagens de viajar sem mais ninguém, Gustavo Gamaliel cita a
liberdade de fazer o que quiser. “Escolho o lugar que eu quiser, acordo a
hora que eu quiser e visito o que eu quiser”, diz.
Quando sente falta de companhia, ele vai para algum bar ou discoteca
para conhecer gente. “Não importa o idioma, você vai conversar. Você
fica desesperado para conhecer alguém, quem senta do seu lado no avião
está perdido. Uma vez fui conversando de Dubai até Pequim com um chinês
que falava mal o inglês”, lembra, rindo.
Matheus Gonzaga Pereira em Bruxelas
(Foto: Matheus Gonzaga Pereira/Arquivo pessoal)
(Foto: Matheus Gonzaga Pereira/Arquivo pessoal)
Conhecer gente
A propensão para conhecer gente nova também é citada pelo analista internacional Matheus Gonzaga Pereira, de 25 anos, como vantagem de viajar sozinho.
A propensão para conhecer gente nova também é citada pelo analista internacional Matheus Gonzaga Pereira, de 25 anos, como vantagem de viajar sozinho.
“Quando chego no lugar vou para um hostel [albergue], tomo uma cerveja
no balcão e converso com o bartender e com as pessoas das redondezas. Se
está passando algum esporte na TV eu comento. Fico mais aberto à
interação”, afirma.
Solteiro, Matheus vai passar as férias deste ano no Uruguai, em julho, e
diz que outra vantagem será poder exercitar o espanhol.
O engenheiro Vinicius Fernandes, de 25 anos, também decidiu ir sozinho
para uma viagem de carro pelo litoral do Rio e de São Paulo, em abril.
“Prefiro assim. Estou querendo relaxar, descansar a cabeça. Vou sem
muita programação, se eu gostar de um lugar eu fico mais tempo lá”,
conta.
O único ponto negativo, para ele, é a menor segurança. “Se acontecer
algo ruim não terei ninguém por perto e precisarei contar com a ajuda de
um estranho. Pode até ser perigoso, se furar o pneu durante a viagem”,
exemplifica.
Para o consultor tributário Kelsen Andrade, de 33 anos, que fez sua
primeira viagem sem companhia em novembro do ano passado, para Nova York,
o maior incômodo acontecia na hora de tirar fotos. “Nesses momentos era
chato. Ou você tira foto de si mesmo ou tem que pedir para alguém tirar
toda hora”, diz.
No geral, ele diz que aprovou a experiência. O motivo principal é o
mesmo citado pelos demais entrevistados. “Tinha liberdade para fazer os
passeios que quisesse”, diz.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário