Se detectado em estágio avançado, chances de cura são de 10% a 20%.
Por isso, é importante que os homens façam acompanhamento médico.
Homens costumam se preocupar muito menos com a saúde do que as mulheres. Muitos deles deixam de ir ao médico por vários motivos, inclusive medo, e em 70% dos casos são arrastados por insistência delas.
No entanto, essa demora para procurar ajuda pode trazer riscos para a saúde, especialmente de problemas como câncer de próstata, como alertaram os urologistas Miguel Srougi e Luciano Nesrallah no Bem Estar desta sexta-feira (27).
De acordo com os médicos, esse é o tipo de câncer mais comum entre os homens e pode ser diagnosticado através de um exame de sangue, chamado PSA, combinado ao exame de toque retal. Segundo o urologista Miguel Srougi, se diagnosticado no início, as chances de cura são de 80% a 90%; se detectado em estágio avançado, essas chances diminuem para 10% a 20%.
A maioria dos casos são de câncer dentro da próstata, o que facilita muito as chances de recuperação; porém, em 30%, onde a doença já se instalou nos nervos ou ossos, por exemplo, essas chances reduzem drasticamente.
Por isso, é muito importante que os homens façam o rastreamento da doença a partir dos 40 anos de idade, se houver casos na família, ou a partir dos 45 anos, se não houver, como alertou o urologista Luciano Nesrallah.
Se o paciente descobre o câncer, ele pode tratar com radioterapia ou retirar totalmente a próstata com uma cirurgia. Porém, muitos têm medo da impotência sexual ou incontinência urinária depois da operação – de fato, as duas coisas podem acontecer, mas dependem de muitos fatores.
Depois da cirurgia, pode acontecer também do nervo responsável pela ereção ficar por um tempo adormecido, mas na maioria dos casos, ele logo volta a se recuperar. Porém, se os nervos forem totalmente afetados, o homem pode ficar impotente e precisar de medicamentos. Esse é um dos usos indicados para o uso de remédios para disfunção erétil, mas muitos ainda costumam utilizá-los sem necessidade.
A repórter Renata Ribeiro mostrou depoimentos de jovens que confessaram ter se medicado apenas para experimentar a sensação. Segundo o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Pedro Eduardo Menegasso, o uso desses remédios pode causar dependência psicológica ao ponto do paciente não conseguir mais ter relação sexual sem ele.
De acordo com o especialista, o medicamento é um vasodilatador e, assim como todos os outros, tem efeitos adversos, como vermelhidão no rosto, dor de cabeça e congestão nasal.
Na teoria, ele só é vendido com prescrição e receita médica, mas na prática, não é bem assim e o acesso pode até ser simples. Porém, o uso indiscriminado traz riscos e não é recomendado, como alertaram os urologistas.
Além disso, não é recomendado combinar remédios para disfunção erétil com outros remédios vasodilatadores, que podem causar queda de pressão, levando a desmaios e até parada cardíaca. Medicamentos fitoterápicos para disfunção erétil também não têm comprovação científica de que funcionam e, para muitos, podem ter o efeito contrário.
Os urologistas explicaram ainda que o paciente pode ter desejo sexual, mas por um problema de disfunção erétil, não conseguir ter ereção. Isso porque a libido vem da cabeça e está relacionada aos hormônios, não à próstata.
O hormônio responsável pelo desejo sexual é a testosterona, mas ele diminui com a idade – a partir dos 40 anos de idade, acredita-se que a testosterona cai em média 2% ao ano. Nesse caso, o homem pode recorrer à reposição hormonal, que deve ser feita sempre com acompanhamento médico para evitar efeitos colaterais, como crescimento dos mamilos, aumento do colesterol e diversas outras consequências graves.
Depois dos 40 anos, é muito comum ainda que o homem tenha também hiperplasia benigna da próstata, um crescimento sem implicações graves, mas que pode comprometer bastante a qualidade de vida. A próstata aumentada pode estreitar a passagem da urina, o que pode dar vontade de ir ao banheiro a todo momento e até atrapalhar o sono do paciente. Esse problema pode ser apenas acompanhado, tratado com medicamentos (finasterida ou dutasterida) ou, em alguns casos, até cirurgia. Nos casos em que a próstata cresce, mas não causa problemas, o homem deve fazer exames de toque retal e PSA anualmente.
Outras doenças
Candídiase: na maioria das vezes, vem através da mulher, que tem um ambiente mais propício para a proliferação do fungo cândida, como explicou o infectologista Caio Rosenthal. Por isso, é mais comum que o homem tenha depois de uma relação sexual com alguma mulher portadora da doença. Os sintomas podem ser manchas vermelhas na glande e prepúcio e também coceira. Em casos mais simples, o tratamento é feito com um antifúngico local e, em estágios mais avançados, oral.
Sífilis: é transmitida pelo contato, apenas quando há ferida no órgão de contato, ou através da mãe para o feto. A bactéria pode se instalar na boca, garganta ou ânus e pode ter 3 fases: a primeira é uma úlcera na glande e prepúcio e uma íngua na virilha; na segunda, aparecem lesões avermelhadas pelo corpo, às vezes com escamas e sem contorno, especialmente na palma das mãos, antebraço e membros inferiores; na última fase, tudo isso desaparece, mas o paciente continua com a doença e o tratamento é feito com antibióticos. Apesar dessas reações, pode ocorrer também da sífilis não dar sintomas e, por isso, a melhor maneira de identifica-la é através de acompanhamento médico frequente.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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