Com gols relâmpagos de Neymar e Paulinho e um de Jô no final, Brasil estreia com vitória na Copa das Confederações. Camisa 10 encerra jejum
A seleção brasileira parece ter encontrado o antídoto certo contra as
vaias: rapidez. Depois de ser vaiada na maioria dos jogos que fez em
solo brasileiro nos últimos tempos, havia uma preocupação de Felipão
para a estreia na Copa das Confederações, em Brasília, neste sábado. Mas
com dois gols relâmpagos, um no começo do primeiro tempo e outro logo
no início da etapa final, a Seleção venceu o Japão por 3 a 0,
completando o placar nos acréscimos, e começou bem a disputa pelo
tetracampeonato do torneio.
Os primeiros gols do triunfo verde e amarelo, coincidentemente, saíram
dos pés dos dois principais jogadores do futebol brasileiro na
atualidade. Recém-negociado com o Barcelona, Neymar fez um golaço aos
três minutos de jogo, acabando com um jejum de nove partidas sem marcar.
Na mira do futebol europeu, o volante corintiano manteve seu faro de
goleador e ampliou aos dois do segundo tempo. O terceiro saiu dos pés de
Jô,
convocado às pressas para o lugar do cortado Damião. A fragilidade do
Japão, pouco combativo, facilitou para o time de Felipão.
Mais solto do que nas outras partidas, Neymar conseguiu “brincar” mais
de jogar bola. Mas ainda falta ao craque uma atuação igual diante de um
adversário mais forte, muito embora o Japão, além do Brasil, seja a
única seleção classificada para a Copa do Mundo de 2014. No mais, o de
sempre. Boa atuação de Fred, disposição de Hulk e gritos por Lucas,
definitivamente o maior xodó da torcida verde e amarela.
Neymar festeja seu gol, logo no início da partida (Foto: Reuters)
A seleção brasileira volta a campo pela Copa das Confederações na
próxima quarta-feira, às 16h, contra o México, no estádio Castelão, em
Fortaleza. A terceira e última partida da primeira fase será dia 22,
contra a Itália, em Salvador. Os duelos terão transmissão ao vivo da TV
Globo, SporTV e GLOBOESPORTE.COM.
Golaço põe fim a jejum de Neymar
Abraçados, os jogadores da seleção brasileira ouviram atentamente o
hino nacional, entoado em coro também pela torcida. Alguns acompanharam,
outros estavam com os olhos marejados, caso de Julio César, ou
fechados, como Thiago Silva. Mas quem mais chamou a atenção foi Neymar,
pelo semblante sério, carrancudo.
Abraçado a Fred e Thiago Silva, Julio César se emociona durante o hino brasileiro (Foto: Getty Images)
A seriedade, porém, não tinha nada a ver com braveza. Mas sim com
concentração. Algo que Neymar precisava para encerrar o jejum de nove
jogos sem balançar as redes. E a incômoda sequência acabou com apenas
três minutos de bola rolando na Copa das Confederações – recorde em uma
abertura do torneio.
Marcelo deu belo lançamento para Fred. O atacante tentou matar no peito
e acabou ajeitando para Neymar bater de primeira e ver a Cafusa, a bola
da competição, entrar no ângulo esquerdo de Kawashima. Golaço! Do banco
de reservas, o técnico Felipão, o maior protetor do jogador do
Barcelona nas últimas semanas, comemorou: “Tá lá!”.
Titulares e reservas festejam o gol de Paulinho (Foto: Getty Images)
Pouco depois do gol, as redes sociais já mostravam as vibrações de
famosos pelo fim do jejum do craque. Robinho, Adriano e até Balotelli...
Todos felizes com a volta da fase artilheira do principal jogador do
Brasil. Mais solto do que nos amistosos contra Inglaterra e França,
Neymar participou bem do primeiro tempo.
Mas não ganhou destaque sozinho. Muito embora a Seleção parecesse
vulnerável na defesa em algumas oportunidades (Julio César soltou duas
bolas), os laterais apoiaram, os volantes marcaram e subiram, os meias
se movimentaram e os atacantes foram os maiores protagonistas dos
primeiros 45 minutos.
Jô beija a camisa: atacante entrou e deixou sua marca na vitória brasileira (Foto: Agência Reuters)
Hulk e Fred procuraram o gol o tempo todo. O primeiro com seus fortes
chutes e as suas investidas pelas pontas. E o jogador do Fluminense com
ótimo posicionamento, passes precisos e finalizações que pararam no
goleiro Kawashima., como aos 42 minutos, na mais clara das chances
depois do gol relâmpago. Marcelo interceptou jogada dos japoneses no
meio de campo (na realidade, a bola atingiu as partes baixas do lateral)
e parou em Fred. O atacante tabelou com Neymar e recebeu de volta mais
adiante. O chute cruzado, defendido pelo goleiro do Japão, encerrou a
etapa inicial, na qual o Brasil foi melhor. Mas ainda tímido.
Paulinho = gol
Se Neymar precisou de três minutos para acabar com seu jejum, Paulinho
necessitou de apenas dois na etapa final para voltar à rotina de gols.
Após cruzamento de Daniel Alves pela direita, o volante do Corinthians
dominou na grande área e bateu forte para ampliar a vantagem do Brasil
diante do Japão.
Foi o quarto gol de Paulinho com a camisa da seleção brasileira. Agora
faltam três para que ele se torne o volante com o maior número de gols
pelo Brasil. A lista é encabeçada por cinco jogadores, todos com seis
gols. São eles Dunga, Alemão, Emerson, César Sampaio e Falcão.
A atuação da seleção brasileira nessa estreia talvez tenha sido a mais
segura da era Felipão – a mais vistosa, provavelmente, foi no primeiro
tempo do empate por 2 a 2 contra a Itália, em Genebra. Muito pela
fraqueza do Japão, primeiro classificado para a Copa do Mundo de 2014.
Os japoneses pouco ameaçaram a Seleção.
Paulinho solta a bomba para ampliar a vantagem brasileira (Foto: AP)
Pouco mesmo. Dono do jogo, o Brasil controlou todas as ações. E botou
em prática os treinamentos de finalização aplicados por Felipão durante a
semana. Para melhorar a pontaria e o poder de fogo da equipe, o
treinador insistiu por vários dias nesse tipo de atividade. Funcionou.
Outra coisa que deu resultado (mais uma vez) foram os gritos da torcida
por Lucas. Tímidos no primeiro tempo, eles se tornaram mais fortes na
etapa final. E aos 28 minutos, Felipão atendeu e colocou o meia-atacante
do Paris Saint-Germain no lugar de Neymar. Misto de vaias e aplausos.
Não houve mistura, no entanto, quando Hulk deu lugar a Hernanes.
Normalmente vaiado nos jogos no Brasil, o atacante do Zenit deixou o
campo sob (merecidos) aplausos. As alterações deixam claras as intenções
de Felipão com Lucas e Hernanes. Os dois parecem mesmo ser as primeiras
opções no banco de reservas.
Com a vitória definida e gritos de olé da torcida, a seleção brasileira
diminuiu aos poucos o ímpeto ofensivo. O Japão, muito cansado, não
oferecia mais resistência e dava cada vez mais espaço. Tanto que ainda
deu tempo para mais um gol: em rápido contra-ataque, aos 48 minutos,
Oscar partiu em velocidade e acertou um passe milimétrico para Jô, que
bateu na saída de Kawashima para definir o placar.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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