Porém, o tremor pode ser também sinal de doença, como mal de Parkinson.
É importante, portanto, observar os sinais de alerta do corpo no dia a dia.
Tremer de frio, durante ou após uma atividade física, quando está
nervoso ou quando está com fome é normal. Porém, o tremor no corpo pode
estar associado a problemas maiores, como o mal de Parkinson e, por
isso, é bom observar os sinais que o corpo dá no dia a dia, como mostrou
o Bem Estar desta sexta-feira (31).
Segundo a pediatra Ana Escobar,
no caso do exercício físico, por exemplo, o tremor acontece quando o
músculo está em estado de fadiga e isso indica que é hora de parar.
Nessa situação, o tremor acontece por causa da contração muscular e
também por que a adrenalina é estimulada, o que pode aumentar mais as
descargas elétricas no cérebro.
Essas descargas são responsáveis pela comunicação entre as células do
cérebro e, em caso de doença, elas se descontrolam, causando tremores -
problema que é comum em cerca de 5% da população após os 40 anos de
idade, como explicou o neurologista e especialista em distúrbios do
movimento Francisco Cardoso. De acordo com o médico, esses tremores não
indicam necessariamente uma degeneração do cérebro e, se não incomodarem
o paciente, não trazem problemas. Porém, se atrapalharem muito a
qualidade de vida, é indicado procurar um médico porque existem
tratamentos eficazes para o problema.
O frio também faz o corpo tremer e, como explicou a pediatra Ana
Escobar, isso acontece pelo mesmo motivo da atividade física - os
músculos se contraem para obter calor. Em caso de fome ou nervosismo, há
também o estímulo das descargas elétricas no cérebro, o que causa o
tremor.
No entanto, algumas situações do dia a dia podem indicar se o tremor é
algo normal ou não. Por exemplo, se a pessoa tiver dificuldade para
abotoar uma camisa, colocar uma linha na agulha, segurar um copo com
bebida ou até mesmo a comida no talher, esses são sinais de alerta. Foi o
que aconteceu com a dona de casa Maria do Carmo, que não conseguia
pentear o cabelo, vestir uma roupa e colocar os sapatos. Além disso, ela
caía na rua e não tinha nenhum equilíbrio.
Diagnosticada com mal de Parkinson, uma degeneração de áreas do
cérebro, ela começou a fazer fisioterapia, aulas de dança e teve uma
melhora significativa no seu dia a dia.
Geralmente, os pacientes com essa doença têm, além da tremedeira mesmo
em repouso, rigidez no corpo, lentidão nos movimentos, dificuldade de
memória e, por isso, até desenvolvem uma tendência a depressão. Porém,
existem exercícios e atividades, como a dança, que evitam que o
Parkinson evolua e trazem de volta a qualidade de vida dessas pessoas,
como mostrou a reportagem da Marina Araújo.
De acordo com o neurologista Francisco Cardoso, o risco da doença
aumenta 10 vezes após os 65 anos - cerca de 1,5% da população acima
dessa idade terá Parkinson, mas isso não significa que a doença seja
exclusivamente dos idosos. Cerca de 5% dos pacientes desenvolveram o
problema antes dos 50 anos e, em casos raros, na infância ou
adolescência.
Como medida de prevenção, o médico explicou que estudos mostram que tomar 2 xícaras de café por dia pode reduzir o risco.
O tratamento é feito com medicamentos, que podem controlar os sintomas
e, em alguns casos, é utilizado até mesmo um marcapasso artificial no
cérebro.
*A pediatra Ana Escobar e o neurologista e
especialista em distúrbios do movimento Francisco Cardoso respondem
perguntas dos internautas sobre tremores, paralisia facial e mal de
Parkinson.
Paralisia facial
A Jéssica, de Santa Catarina, teve dois episódios de paralisia facial - o primeiro aos 14 anos e o segundo há poucos meses, com 22.
Ela logo percebeu os sintomas e correu para o hospital, onde o médico
explicou o que estava acontecendo e a encaminhou para a fisioterapia,
como mostrou a reportagem da Kiria Meurer.
Segundo a pediatra Ana Escobar, a paralisia facil acontece quando um
nervo da face para de funcionar, mas a origem do problema ainda não é
muito clara. Em geral, como explicou o neurologista Francisco Cardoso,
após 6 meses de fisioterapia, como fez a Jéssica, o paciente já consegue
recuperar os movimentos.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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