Com boa atuação no primeiro tempo e dificuldades na etapa final, Seleção fica no 2 a 2. Fred abre o placar, Inglaterra vira, e Paulinho garante igualdade
O Maracanã ficou pronto – ou quase. Mas a seleção brasileira dá sinais
de que ainda vai demorar até edificar uma equipe confiável. No
reencontro entre o principal templo do país e a camisa mais vencedora do
mundo, o Brasil empatou por 2 a 2 com a Inglaterra neste domingo. Todos
os gols saíram no segundo tempo. Fred abriu o placar para a Seleção,
Chamberlain e Rooney viraram para o English Team, e Paulinho garantiu a
igualdade.
Foi uma tarde de festa para 66 mil torcedores. E também de erros e
acertos, de motivos para se animar e de avisos com os quais se
preocupar. Neymar, com a camisa 10, fez ótimo primeiro tempo. E
desapareceu no segundo. A torcida apoiou quase o tempo todo - mas não
gostou de ver Hulk em campo e Lucas no banco.
Torcida faz festa no novo Maracanã, mas sai sem vitória (Foto: Agência AP)
Pelo rendimento verde-amarelo na primeira etapa, talvez o resultado
tenha sido pobre. Mas é fato que a Inglaterra soube reagir. E poderia
até ter vencido.
Foi o penúltimo teste do Brasil antes da Copa das Confederações. Dentro
de uma semana, na Arena do Grêmio, a Seleção enfrenta a França.
O dono do time
Naymar é o destaque do primeiro tempo
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Não se escolhe uma camisa 10 como quem escolhe batatas no supermercado.
Tem todo um simbolismo nisso. Não foi por acaso que Neymar, em um jogo
simbólico, com esse jeitão de rito de passagem, foi ao novo campo do
novo Maracanã com o novo número às costas - só o vestira uma vez, em
2011, contra a Alemanha. Todo camisa 10 parece dizer que pretende ser o
dono do time. E Neymar, no primeiro tempo do jogo contra a Inglaterra,
foi.
Uma pena não ter saído o gol. Para se ter uma noção da supremacia
verde-amarela, o Brasil já somava 15 finalizações aos 34 minutos de
jogo, contra absolutamente nenhuma dos ingleses. Neymar participou de
boa parte delas, muito bem acompanhado por Oscar. Eles comandaram um
time que surpreendeu ao aparecer com Hulk, em vez de Lucas, no setor
ofensivo. Filipe Luís na esquerda e Luiz Gustavo no meio foram as outras
novidades de Felipão.
Neymar não se aquietou. Tentou de voleio, e a zaga cortou; aproveitou
falha de Johnson na pequena área, mas o goleiro Hart salvou; bateu
colocado, rente ao ângulo. Filipe Luís, Oscar e Daniel Alves foram
outros a arriscar a gol. Hulk, de letra, quase fez um golaço.
A torcida esteve com o time. Foi paciente. Em alguns minutos, porém,
pediu Lucas – mesmo que Hulk não estivesse exatamente mal em campo. O
público viu que não existiu grau de comparação entre as duas equipes. A
Inglaterra só deu sinal de vida lá nos minutos finais do primeiro tempo.
Walcott, livre, às costas da zaga, quase fez o crime. Julio Cesar
salvou.
Fred esteve um tanto sumido no primeiro tempo. Costuma ser um sinal de
gol. Aos 13 minutos do segundo, um chute de Hernanes, que entrara no
lugar de Luiz Gustavo, encontrou o travessão de Hart. No rebote,
apareceu o matador para matar, apareceu o goleador para fazer o gol. O
camisa 9 bateu direto, de primeira: 1 a 0.
O gol foi importante. Minutos antes, parte do público havia vaiado
Felipão pela escolha de tirar Oscar para a entrada de Lucas. Ele chegou a
ser chamado de burro. O que a torcida queria era a saída de Hulk. Mas
ele só deixaria o campo bem depois. E quando a partida já estava
novamente empatada...
A Inglaterra jogou bem mais na etapa final do que no primeiro tempo.
Não deixou o Brasil passear pelo campo de ataque. E resolveu ameaçar
também. Aos 21 minutos, a mudança de postura teve resultado. Após bom
tabelamento, Chamberlain bateu forte, no canto de Julio Cesar. Era o
empate.
Um problema sensível do Brasil depois do intervalo foi a queda de
Neymar. Foi como se ele tivesse usado toda sua munição nos 45 minutos
iniciais. Fez falta. A entrada de Lucas não eliminou o vácuo.
O que era bom, deixou de ser; o que pareceu ruim, ficou pior. Aos 33,
Rooney acertou um chute raro de fora da área, encobrindo Julio César.
Golaço.
Mas o Brasil reagiu. Lucas, da direita, mandou na área. Paulinho pegou forte, de primeira. Belo gol.
O jogo ficou aberto. Poderiam ter saído novos gols. Mas persistiu o
empate de um time menos pronto do que o estádio que ele reencontrou
neste domingo.
Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís (Marcelo); Luiz Gustavo (Hernanes), Paulinho, Oscar, Hulk (Fernando) e Neymar; Fred (Lendro Damião). | Hart, Johnson (Chamberlain), Cahill, Jagielka e Baines (Ashley Cole); Carrick, Jones, Lampard e Milner; Walcott (Rodwel) e Rooney. |
T: Luiz Felipe Scolari | T: Roy Hodgson |
Estádio: Maracanã. Data: 02/06/2013. Arbitragem: Wilmar Roldan, com Eduardo Díaz e Wilson Berrío (trio da Colômbia) | |
Cartões amarelos: Hulk (Brasil). Público pagante: 57.820. Renda: R$ 8.630.430,00. | |
Gols: Fred, aos 12, Chamberlain, aos 21, Rooney, aos 33, e Paulinho, aos 36 minutos do segundo tempo. |
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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