Bruno Henrique Barbosa só conseguiu a aprovação na terceira tentativa
Jovem de 21 anos enfrentou a concorrência de mais de 11 mil candidatos.
Bruno Henrique Barbosa, de 21 anos, não liga para a rotina exaustiva
que está enfrentando desde o dia 5 de fevereiro, quando começou a
frequentar o curso de formação de oficiais da Polícia Militar de São
Paulo. Além do estudo da teoria, ele está vendo na prática como é o dia a
dia na área. Nas primeiras duas semanas, o jovem não pode sair da
academia, e agora, ele pode apenas voltar para casa aos finais de
semana. Serão quatro anos de estudo, com dedicação exclusiva.
Até alcançar esse sonho, Bruno passou por duas reprovações. Ele só
obteve o resultado esperado quando mudou sua estratégia de estudo e
encontrou o equilíbrio entre dedicação e vida pessoal. A recompensa foi a
aprovação, em 1º lugar, no concurso para o Curso de Formação de
Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, realizado em junho
de 2012. O jovem deixou para trás 11.149 candidatos, uma concorrência de
92,90 candidatos por vaga, e conseguiu uma das 120 vagas na Academia de
Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). Em março deste ano, o governo
de São Paulo autorizou a realização de concurso para 220 vagas de
aluno-oficial PM para o quadro de oficiais policiais militares.
“Fiquei muito emocionado. Meu pai chorou, minha mãe contou para todo
mundo. Foi muito bom deixá-los orgulhosos e mostrar meu potencial”,
conta.
Bruno Barbosa estudou durante 3 anos para conseguir aprovação (Foto: Arquivo pessoal)
Apesar do resultado positivo, o jovem demorou dois anos para descobrir o
tipo de estudo adequado para o seu perfil. Encarando os livros por
quase 13 horas diárias, Bruno não conseguia ver o resultado de sua
dedicação. "Pensava que quanto maior o número de horas de estudo, mais
eu renderia. Só que dos 100% que estudava, absorvia 65% no máximo e
achava muito pouco", afirma.
Para ele, a mudança da organizadora em 2010, da Fuvest para a Fundação
Vunesp atrapalhou sua preparação. Já em 2011, o nervosismo e o estudo
incorreto prejudicaram. "Não sabia qual era a melhor estratégia de
estudo para mim, apesar de conhecer a prova."
O jovem descobriu sua 'fórmula para o sucesso' apenas no terceiro ano
da maratona. "Não encarei a segunda reprovação como o fim do mundo.
Foram dois anos de amadurecimento e acabei encontrando o ponto em que eu
sabia qual era a dificuldade da prova e como deveria trabalhar o que
seria cobrado", diz.
O equílibrio entre preparação e vida pessoal foi a chave para o resultado positivo. As viagens se juntaram ao grupos de estudo e aos simulados, e passaram a fazer parte de sua rotina.
O equílibrio entre preparação e vida pessoal foi a chave para o resultado positivo. As viagens se juntaram ao grupos de estudo e aos simulados, e passaram a fazer parte de sua rotina.
Mesmo com o apoio e a ajuda financeira da família, Bruno aproveitou o
período em que não tinha aulas no cursinho para trabalhar como vendedor
temporário em uma rede de lojas de departamento. O dinheiro guardado
serviu para custear o projeto.
“Quando vi que não tinha sido aprovado fiquei frustrado, mas sabia que
tinha que superar. É um projeto de vida, então você dá um valor muito
grande para isso”, lembra o jovem.
A mudança veio com a restrição da rotina de estudo para 9 horas diárias combinada com simulados, resolução de questões de outras provas da banca, atividade física e grupo de estudos. O cursinho tradicional foi trocado pelo da AFAM (Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo), específico para a Academia do Barro Branco.
A mudança veio com a restrição da rotina de estudo para 9 horas diárias combinada com simulados, resolução de questões de outras provas da banca, atividade física e grupo de estudos. O cursinho tradicional foi trocado pelo da AFAM (Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo), específico para a Academia do Barro Branco.
Na reta final da preparação, ele reservou os domingos para simular o
dia da prova. "Muitos sabem, mas na hora se organizam e não conseguem
fazer os exercícios". Além de testar a prova objetiva, ele fez a mesma
experiência com o teste físico para garantir o fôlego na hora do exame.
"Teve bastante gente que parou no meio da prova. No final da tarde, o
grupo já não era tão grande", lembra.
Bruno fez 91 dos 100 pontos possíveis na prova objetiva, teve nota
máxima em redação, e após passar pelo teste de avaliação física, exames
de saúde, exames psicológicos, investigação e análise de documentos e
títulos, obteve a confirmação de sua aprovação.
Bruno arrumando o material pedido para o curso de formação de dedicação exclusiva (Foto: Arquivo pessoal)
Direito x carreira militar
Apesar de seu pai ser militar da Aeronáutica, de morar em um condomínio militar e de ter feito o ensino médio em um colégio militar, Bruno tinha dúvidas sobre seguir essa carreira. “Mesmo com a influência sempre presente, eu nem imaginava”, lembra.
O jovem ‘descobriu’ a carreira militar durante um trabalho como soldado temporário, que serviria para pagar o cursinho. Seu objetivo era cursar direito “Sempre tive o direito em mente, mas na academia vi que a carreira militar condizia mais com o meu perfil”, afirma.
Apesar de seu pai ser militar da Aeronáutica, de morar em um condomínio militar e de ter feito o ensino médio em um colégio militar, Bruno tinha dúvidas sobre seguir essa carreira. “Mesmo com a influência sempre presente, eu nem imaginava”, lembra.
O jovem ‘descobriu’ a carreira militar durante um trabalho como soldado temporário, que serviria para pagar o cursinho. Seu objetivo era cursar direito “Sempre tive o direito em mente, mas na academia vi que a carreira militar condizia mais com o meu perfil”, afirma.
Conhecendo e participando do dia a dia militar, ele teve certeza de
qual seria a sua escolha. "Aí o direito caiu por terra. Vi que o que
importava para mim era ficar na academia. Apesar dos riscos, carreira do
oficialato é promissora e traz benefícios".
Futuro
Após a aprovação, Bruno frequenta as aulas do bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, que tem duração de quatro anos com dedicação exclusiva.
Após a aprovação, Bruno frequenta as aulas do bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, que tem duração de quatro anos com dedicação exclusiva.
O jovem ainda não sabe em qual batalhão pretende atuar quando terminar o
curso, mas confessa seu gosto pelo grupamento aéreo, o Águia da Polícia
Militar. "É muito difícil conseguir, vou ter que me dedicar muito. São
quatro anos em que muitas ideias vão surgir", afirma.
Para quem ainda busca a aprovação, o aluno oficial lembra que a
dedicação sempre traz resultados. "Demorei três anos para conseguir o
meu objetivo. Temos que ser os melhores em tudo que fazemos, as
recompensas vêm na medida do nosso esforço", completa.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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