A síndrome que, desde os primeiros anos de vida, inviabiliza o sorriso, acentua o olhar vago e reforça a tendência à reclusão social é a razão por que as aguerridas Mônica Ximenes, Andrea Melo e Karina Costa não retrocedem jamais da luta para proporcionar dignidade aos seus três herdeiros.
“Tem sensação pior para uma mãe do que saber que seu filho foi convidado a se retirar da escola em que estuda porque não acompanha o desenvolvimento dos outros coleguinhas de turma?”, pergunta Andrea Melo, mãe de Gabriel Melo, de dez anos, portador de autismo, doença que atinge 2 milhões de brasileiros.
Associado ou não a causas orgânicas, o autismo é reconhecível pelos sintomas que impedem ou dificultam seriamente o processo de entrada na linguagem para uma criança, a comunicação e o laço social. Caracteriza-se pela forma particular de se situar no mundo e, portanto, de se construir uma realidade para si mesmo.
“Não há exame específico que detecte a doença. Para fechar um diagnóstico clínico, só mesmo observando a existência de determinados comportamentos”, explica Mônica Ximenes, mãe de Hugo Ximenes, 13 anos, diagnosticado com a síndrome do autismo aos seis, quando ainda frequentava a escola regular.
“Hoje, convive com as limitações numa escola especial”, conta, relembrando dos momentos de infelicidade quando do recebimento de diagnósticos inconclusivos e imprecisos acerca da doença de seu filho. “Havia uma dificuldade de se fechar o diagnóstico. Não se sabia qual era o problema”, lembra.
Mesmo o autismo podendo ser detectado a partir dos dois anos, muitas das crianças são diagnosticadas com a doença somente após os quatro anos, quando os pais constatam a impossibilidade de se avançar na execução de tarefas simples, como amarrar o cadarço do sapato ou então desenvolver a fala.
FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS
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