Ignacio chora ao reencontrar cão e é amparado por amiga gaúcha (Foto: Paula Menezes/G1)
O estádio Beira-Rio, em Porto
Alegre, foi testemunha de um reencontro emocionante neste domingo (8).
Foi ali, ao lado do palco da Copa do Mundo na capital gaúcha, que o
uruguaio Ignacio Etchitchury matou a saudade de Negro, seu cachorro de
estimação desaparecido no Uruguai há quase dois meses. Adotado por um
grupo de torcedores ingleses que veio a pé ao Brasil para assistir aos
jogos da seleção do país, o animal foi devolvido ao dono. A cena teve
direito a abraços, lágrimas e latidos de felicidade.
Mestiço de labrador, o vira-lata
havia sumido de casa ainda em abril, na praia de Solís, no departamento
de Maldonado. O uruguaio de 24 anos conta que, após três semanas sem ter
notícias do companheiro, viu na televisão uma reportagem sobre os
aventureiros ingleses iam a pé da Argentina para Porto Alegre para
torcer pela Copa do Mundo. Para sua surpresa, notou que o cão de pelo
preto que acompanhava o grupo era Negro, embora tivesse sido rebatizado
como Jefferson.
Nacho, como o uruguaio é conhecido,
prontamente procurou os estrangeiros por uma rede social. Para comprovar
que era o dono, enviou fotos de Negro ainda pequeno, há cerca de sete
anos, quando o ganhou de presente um amigo. Ficou sabendo do itinerário
dos viajantes e combinou o encontro em Porto Alegre. Chegou à capital
gaúcha na sexta-feira (6) e ficou à espera dos ingleses. Por volta das
14h deste domingo, o sonhado momento aconteceu.
Dono reencontro cão ao lado do estádio Beira-Rio (Foto: Paula Menezes/G1)
“Depois que passaram as semanas,
havia perdido a esperança de encontrá-lo. Não tenho palavras para eles
(ingleses). Foram muito amáveis desde o primeiro dia que os contatei.
Quero agradecer a eles. Agora, o Negro tem dois nomes”, declarou Ignacio
ao G1, emocionado.
Negro – ou Jefferson – permaneceu
seis semanas com os ingleses Adam Burns (27), David Bewick (32), Pete
Johnston (30) e Ben Olsen (31). Os três primeiros saíram de Mendoza, na
Argentina, com destino a Porto Alegre, quase 2 mil quilômetros depois. O
quarto se junto ao grupo pelo caminho. O projeto foi batizado de Walk
to the World Cup (Caminhada para a Copa do Mundo).
Em meio à jornada, que terminou com a
chegada à capital gaúcha, os ingleses encontraram o cachorro perdido na
costa uruguaia. Desde então, o animal passou a segui-los. Percorreu
quase 500 quilômetros lado a lado com os viajantes e ganhou até
identidade completa: Jefferson Ramsey Moore. Os dois “sobrenomes” são
homenagens aos lendários Alf Ramsey e Bobby Moore, respectivamente
técnico e capitão do time da Inglaterra campeã do mundo em 1966.
Após a aventura no Mundial, Adam já
planejava levar o cachorro para Sidney, na Austrália, onde mora
atualmente. Com tantos dias de convívio, o inglês relata que irá sentir
saudades do amigo canino. “Ele é muito protetor com a gente. Estava
sempre atrás de mim. Mas dá para ver como Nacho o ama, chorou muito no
reencontro. Ele é um animal amável, fantástico”, elogia o relações
públicas.
Ingleses dizem que vão sentir saudades do cão que batizaram de Jefferson (Foto: Paula Menezes/G1)
A aventura
Foram mais de três meses com os pés na estrada. A jornada começou em 3 de março, em Mendoza, na Argentina. Em Porto Alegre, os quatro amigos ficarão hospedados na casa de uma gaúcha que se prontificou a recebê-los. Na próxima terça-feira, deixam Porto Alegre e vão de avião para o Rio de Janeiro. De lá, eles partem para Manaus para assistir à estreia da Inglaterra na Copa contra Itália.
Foram mais de três meses com os pés na estrada. A jornada começou em 3 de março, em Mendoza, na Argentina. Em Porto Alegre, os quatro amigos ficarão hospedados na casa de uma gaúcha que se prontificou a recebê-los. Na próxima terça-feira, deixam Porto Alegre e vão de avião para o Rio de Janeiro. De lá, eles partem para Manaus para assistir à estreia da Inglaterra na Copa contra Itália.
Depois, o roteiro inclui a cidade de São Paulo, onde a seleção do país
atua diante do Uruguai. Para o confronto, porém, os ingleses ainda não
têm ingressos. As andanças pelo Brasil incluem ainda Belo Horizonte,
quando verão de perto o confronto diante da Coréia do Sul. A “base” dos
amigos durante o torneio será na capital carioca.
Quado a Copa acabar, a ideia do grupo é ir para o interior da Bahia
para ver de perto um projeto que eles estão ajudando a financiar. O
grupo busca doações para um novo poço de água, já em construção, para
atender a atingidos pela seca na região. Até agora, o grupo arrecadou, pela internet, cerca de 10 mil libras (ceca de R$ 37,7 mil), metade do que querem conseguir até o final da estadia no país.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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