Milhares de torcedores chilenos
empurram o time na Arena Pantanal, com direito a hino à capela e olé.
Triunfo por 3 a 1 põe seleção em 2º no grupo
A CRÔNICA
por
Amanda Kestelman
A atmosfera indicava que não ia ser fácil vencer o Chile na estreia na
Copa do Mundo. Mesmo assim, a Austrália se mostrou presente, lutando até
o apito final. Nem Vidal, Valdivia ou Sánchez. O personagem principal
da equipe de Jorge Sampaoli viajou muitas horas para estar em Cuiabá.
Com apoio maciço de uma torcida que invadiu a Arena Pantanal, os
chilenos venceram os australianos por 3 a 1, nesta sexta, em jogo que
encerrou a primeira rodada do Grupo B da Copa do Mundo. Os gols da
vitória foram de Alexis Sánchez, Valdivia e Beausejour. Tim Cahill fez
para os australianos.
Para os chilenos, a Copa do Brasil também é um pouco deles. Talvez por
isso também fizeram aquela que já se tornou marca registrada dos donos
da casa. Quase 30 mil vozes cantaram junto com a equipe o hino à capela,
após o término da parte instrumental. A injeção de ânimo e a velocidade
do ataque foram fundamentais para o início avassalador do Chile.
Os australianos se fizeram presentes na arquibancada - contando com uma
boa ajuda das camisas amarelas dos torcedores brasileiros. Cahill e
Leckie deram trabalho aos defensores. Mas não foi o bastante. O Chile
era mesmo o mandante e, com os três pontos que conseguiu, ficou em
segundo lugar no Grupo B. A líder é a Holanda, que também tem três
pontos, mas um saldo de gol melhor. Espanha e os australianos ainda não
pontuaram. Todos voltam a campo na próxima quarta-feira. Holanda x
Austrália e Espanha x Chile.
A resposta que o torcedor queria depois daquele hino à capela veio após
uma jogada que gerou muitos gritos antes da euforia do gol. Um Chile
jogando praticamente em casa não ia desistir no primeiro corte da defesa
australiana. Aos 12, a jogada começou nos pés de Alexis Sánchez. Vargas
ajudou com uma cabeçada. Aránguiz recuperou a bola e a sobra ficou
novamente com Sánchez. O jovem atacante desta vez não se atrapalhou e
estufou a rede. Parecia então que o mar vermelho de Cuiabá se abriria
para a festa.
O segundo grito veio dois minutos depois. Veloz no ataque, Sánchez
encontrou Valdivia já dentro da área, sem marcação. O meia do Palmeiras
viu espaço e chutou, sem chance para o goleiro Ryan. Comemorou abraçando
o técnico Sampaoli, agradecendo a confiança que vem recebendo do
treinador. Logo depois, o grito de ''olé'' já ecoava. Estava fácil.
Valdivia corre para comemorar o segundo gol do Chile em Cuiabá (Foto: Reuters)
Talvez pelo calor de Cuiabá, o time de Sampaoli diminuiu um pouco o
ritmo agressivo com que começou o jogo. E os Socceroos estavam em campo.
Depois de quase todo o primeiro tempo vendo o Chile atacar, com poucas
jogadas ofensivas, trataram de colocar mais emoção. Foi a 15 minutos do
fim da primeira etapa. Franjic tabelou com Lockie, que enxergou o
experiente Tim Cahill dentro da área. Destaque dos australianos, o
atacante do New York RB levou a melhor na disputa com o baixinho Medel e
cabeceou forte pra manter seu time vivo no jogo.
Os chilenos sabiam da importância do saldo de gols nesta primeira fase
da Copa do Mundo. Mais cedo, a Holanda havia vencido a Espanha por 5 a
1. Naquele momento, o 2 a 1 não era o suficiente. Era, também perigoso.
Os sul-americanos voltaram do intervalo, novamente, em direção ao
ataque, mas por pouco não entregaram na defesa. Aos sete do segundo
tempo, Leckie cruzou para Cahill que conseguiu balançar a rede, mas
estava em posição irregular. Os australianos já se mostravam confiantes
ofensivamente.
Leckie e Cahill davam trabalho aos zagueiros chilenos. O meia Bresciano
também apoiava o ataque. Numa bomba, obrigou o goleiro Bravo a fazer um
milagre para salvar o Chile. Sampaoli então optou por tirar o volante
Arturo Vidal, confirmado de véspera após ser dúvida por conta de uma
artroscopia que sofreu no joelho direito, e colocou Gutiérrez para
recuperar o domínio no meio de campo. Aos 15, a primeira grande chance
de ampliar veio com Vargas, que chutou no meio da defesa e tirou a bola
do goleiro Ryan. Preciso e com a frieza necessária, o zagueiro Wilkinson
tirou em cima da linha.
Vargas leva um carrinho do australiano Franjic na Arena Pantanal (Foto: AP)
A alteração feita por Ange Postecoglou deixava claro que a Austrália ia
ao ataque, com a entrada do atacante Halloran (no lugar de Jedinák).
Tim Cahill se mostrou voluntarioso, ajudando em todas as bolas e dando
traballho ao zagueiro Jara. A torcida chilena, no entanto, tratava de
lembrar com o grito: ''Uma vez mais, temos que ganhar''.
Os minutos finais foram tensos. Os australianos jamais baixaram a
guarda e não abriram mão de tentar o gol do empate. Mas a noite era
vermelha em Cuiabá. O Chile se segurou e, já nos acréscimos, fez o gol
do alívio. Beausejour, que entrara no lugar de Valdivia, pegou uma sobra
e, de fora da área, bateu rasteiro para fazer 3 a 1. Foi a senha para
que os torcedores chilenos deixassem a Arena Pantanal de alma lavada.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário