Com muito apoio de sua torcida, La Tri
vence Catrachos por 2 a 1, com dois gols de Enner Valencia, e aumenta
suas chances de classificação às oitavas
A CRÔNICA
por
Felipe Schmidt
Nos últimos dois dias, Curitiba foi tomada por apenas um grito.
Equatorianos, em maior escala, e hondurenhos gritavam a todos os lados
que “sí, se puede”. Se a canção das duas torcidas era parecida, assim
como a esperança delas, apenas um time poderia sair da Arena da Baixada
nesta sexta-feira com possibilidades reais de seguir na Copa do Mundo.
E, com o grande apoio de seus compatriotas, o Equador foi o
sobrevivente: venceu Honduras por 2 a 1 e melhorou sua situação no Grupo
E.
Com três pontos, os equatorianos assumiram a segunda posição da chave,
empatado com a Suíça, mas com vantagem no saldo de gols. Já Honduras,
sem pontuar, está quase eliminada da Copa: precisa vencer a Suíça na
última rodada, na próxima quarta-feira, no Maracanã, torcer pela derrota
do Equador para a França, que jogam no mesmo dia na Arena da Amazônia, e
ainda tirar uma diferença de quatro gols de saldo. A torcida catracha
ainda pode cantar que é possível, mas a situação ficou muito complicada.
O herói da partida foi o atacante Enner Valencia, autor dos dois gols
na virada equatoriana. O jogador chegou a três gols no Mundial. Por
outro lado, outro destaque foi a torcida, que dominou o estádio e não
parou de manifestar sua crença de que era possível vencer e manter o
sonho de avançar no torneio.
“Anfitrião”, Equador domina primeiro tempo
O Equador parecia jogar em casa. Com superioridade nas arquibancadas,
logo assumiu a postura de anfitrião, tocando a bola no campo de ataque.
Honduras, por sua vez, aceitou de bom grado o papel de visitante: se
recolheu na defesa e passou a esperar um erro do rival.
Enner Valencia puxa a fila para comemorar um dos gols do Equador na partida (Foto: Reuters)
Para superar a defesa catracha, o Equador se apoiou numa linha ofensiva
com quatro nomes. Teoricamente meias, Antonio Valencia e Montero iam à
frente e faziam companhia a Enner Valencia e Caicedo. Este último era o
mais acionado, fazendo o pivô e distribuindo as jogadas. Mas faltava
mais toque de bola. Tanto que no primeiro lance de perigo ocorreu num
lançamento longo de Erazo para Enner, que saiu nas costas da zaga
hondurenha, mas chutou por cima do gol.
Honduras não se desesperou. Manteve a estratégia, e foi recompensada
aos 30 minutos. Num chutão da zaga catracha, Guagua não conseguiu cortar
e deixou a bola para Costly. O atacante hondurenho avançou livre,
invadiu a área e chutou forte, sem chance para Domínguez, encerrando um
jejum de sua seleção, que não marcava gols em Copas desde 1982.
O lance abalou momentaneamente o Equador, mas a reação foi rápida, para
alívio e delírio da torcida. Aos 33 minutos, Paredes fez boa jogada
pela direita e chutou cruzado. A bola passou por todo mundo e chegou a
Enner Valencia, que, desta vez, não desperdiçou e deixou tudo igual.
Apesar de não conseguir trocar passes, Honduras até ameaçou nos minutos
finais da primeira etapa, mas em lances fortuitos. Primeiro, Bernárdez
bateu falta com força, mas Domínguez espalmou. Depois, Costly cabeceou
na trave, e Bengston completou para as redes, mas o árbitro anulou o
lance - a conclusão foi feita com o braço.
“Sí, se puede”
Cientes de que um empate complicaria bastante a classificação, as duas
seleções voltaram mais abertas para o segundo tempo. Não que isso, no
início, significasse chances de gol: a partida ficou embolada, com
muitos erros no meio de campo.
Jogo foi muito pegado do início ao fim na Arena da Baixada (Foto: Getty Images)
Aos poucos, a partida melhorou. Mais ofensiva, Honduras ameaçou em
chutes de Bengston e Beckeles de fora da área, bem defendidos por
Domínguez. O Equador, ainda confuso na construção de jogadas, tinha
espaços, mas errava demais.
Mas, para a torcida equatoriana, tudo é possível. Num momento em que La
Tri cambaleava e via o rival mais perigoso, veio a virada, aos gritos
tradicionais de “Sí, se puede”. Aos 19 minutos, Ayoví cobrou falta na
cabeça de Enner Valencia, que testou no canto esquerdo de Valladares,
marcando seu terceiro gol na Copa.
A vantagem fez o Equador recuar, e Honduras se lançou de vez em busca
do empate. Entretanto, os catrachos esbarravam nas próprias limitações
técnicas e não conseguiam criar muitos lances de perigo, apesar do
nervosismo equatoriano proporcionar muitos lances de bola parada. Além
do mais, os centroamericanos pareciam jogar com um a menos, já que o
apoio das arquibancadas era majoritariamente para La Tri.
Assim, não foi possível superar a defesa do Equador, reforçada
anímicamente por seus torcedores. No duelo da esperança, La Tri tem bem
mais motivos para continuar cantando que é possível avançar na Copa do
Mundo.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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