Gravidez não implica em repouso e diminuição da atividade física, a não ser que o seu médico recomende, mas também não é a hora de optar pelos programas de exercícios intensos.
Corrida, cross fit, jumping, spinning entre outras atividades que envolvem impacto e alto consumo de oxigênio são totalmente contraindicados nessa fase, afirma a educadora física Daniela Rico, conselheira do Conselho Federal de Educação Física e especialista em atividade física na gestação e pós-parto. “É preciso cuidado com esses modismos”, diz Daniela, em referência a algumas gestantes que têm se exibido em atividades de alto rendimento. Ela enfatiza ainda que exercícios durante a gestação devem ser sempre orientados por um profissional de educação física capacitado.
Um exercício excessivo ou mal orientado pode gerar déficit de oxigênio para a criança, baixo peso e mesmo parto prematuro, explica Daniela. Além disso, durante a gestação e mesmo no período de amamentação os hormônios fazem as articulações ficarem mais flexíveis e a musculatura mais flácida, para permitir a acomodação do bebê. Por fim, com o crescimento da barriga, há o deslocamento do centro de gravidade, o que dificulta o equilíbrio. ”O risco de lesão é maior”, afirma Daniela.
“A caminhada é sempre uma ótima opção para a grávida”, diz Sérgio Peixoto, presidente da Comissão de Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia).
Algumas dicas da educadora física Daniela Ricco para caminhar com saúde na gestação:
- Sedentárias devem caminhar no máximo 30 min, três vezes por semana, e ativas de 45 a 60 min.
- Preste atenção, o ritmo deve ser tranquilo, você não deve ficar ofegante, ruborizada, suada ou os três!
- Evite ambientes de baixa umidade, sol muito quente. Prefira o início da manhã e o fim da tarde para caminhar.
- Utilize calçados adequados, roupas leves e confortáveis, evite pisos muito desnivelados.
- Beba água
- Caso sinta dores lombares, cólicas, contração, dores de cabeça e tenha qualquer sangramento pare a atividade imediatamente!
Daniela enfatiza que gestante que mantém uma atividade física controla melhor o peso, tem sono e digestão melhores, evita as dores na coluna e nas pernas, além das câimbras e inchaços. Também ganha maior resistência para o parto vaginal, que é o melhor para a mãe e a criança.
“Os exercícios na água, que reduz o impacto, também são uma opção para quem gosta”, diz o educador físico Mauro Guiselini, professor de educação física da FMU-SP. A preocupação em manter a musculatura abdominal e o assoalho pélvico condicionados deve existir, mas os abdominais tradicionais são totalmente contraindicados, explica, pelo risco de prejuízos ao bebê e à musculatura da mulher.
Segundo a educadora física Daniela Ricco, além de evitar os abdominais tradicionais, é possível prevenir a flacidez e o excesso de afastamento dos músculos abdominais por meio de medidas simples antes e depois do parto:
- Contrair o abdômen direcionando o umbigo para as costas em conjunto com a respiração e segurar nesta posição de 10 a 30 segundos.
- Evitar levantar de frente e deitar de costas, o ideal é deitar de lado para realizar os dois movimentos.
- Não realizar movimentos de giro de tronco.
- Evitar hiperextensão de tronco.
- Hidratar bem a região com cremes.
- Manter o abdômen contraído sempre que possível.
Ainda segundo Daniela, no pós-parto, usar inicialmente uma cinta auxilia a mãe nas atividades diárias com o bebê, além de diminuir gases e ajudar a “reorganizar” os órgãos na cavidade abdominal. “Mas o uso exagerado pode causar dependência e deixar a musculatura abdominal preguiçosa”, explica.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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