Atleta não abandou esporte após ficar paraplégico (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Um acidente de carro sofrido por um atleta de Itanhaém,
no litoral de São Paulo, poderia ter acabado com seus planos de
praticar esportes. Porém, o jovem encontrou no jiu-jitsu um método para
recuperar os movimentos do tronco. Além da reabilitação física, a arte
marcial o ajudou a ter a auto-estima e a vontade de viver de volta.
O lutador Cássio Dutra, de 27 anos, conta que sofreu um acidente de
carro em setembro do ano passado. Ele fraturou a coluna e perdeu o
movimento dos membros inferiores. “Um carro bateu no meu e eu capotei.
Estava sem cinto e fui arremessado para fora do veículo. Me mantive
consciente e não deixei ninguém mexer em mim. Na hora, senti muita dor
na coluna e naquele momento já sabia que havia perdido o movimento das
pernas”, lembra.
Jovem treina jiu jitsu e natação (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Cássio sofreu uma lesão medular, fez uma cirurgia na coluna e ficou 26
dias internado. O jovem praticava judô desde criança e afirma que isso o
auxiliou em sua recuperação. “Me ajudou muito o fato de sempre ter sido
atleta. O próprio médico disse isso, pelo fato de a minha musculatura
ser rígida e eu estar acostumado com quedas e impacto”, explica.
Após o período inicial de recuperação, o atleta não se deixou abater
pela condição de cadeirante e encontrou no jiu-jítsu uma forma de manter
a paixão pela luta. “Retornei à prática de esportes cinco meses depois
do acidente. Voltei para a academia e à natação. Há três meses comecei
no jiu-jitsu, iniciei com alongamentos e agora faço o treinamento
normal, luto de igual para igual, mas no chão. É bom para o tratamento,
estimula as pernas. Recuperei rápido o controle do tronco, porque tiro o
peso da coluna e jogo no abdômen”, afirma.
Atualmente, o foco de Cássio é um campeonato de jiu-jitsu para
deficientes que acontece em setembro. Ele pretende continuar treinando
para esta disputa. “Nunca parei, nem fisicamente, nem mentalmente. Meus
braços são minhas pernas, que estão mais fortes. Tenho mais disposição,
pego ônibus para ir trabalhar, treino quatro vezes por semana. Minha
meta todo dia é sair de casa para fazer algo, é uma forma de não ficar
em depressão. Contei com a ajuda de muitos amigos”, diz Cássio.
O atleta usa a internet para contar sua história e incentivar pessoas
na mesma situação que ele. Para isso, criou uma fanpage em uma rede
social. “As pessoas acabam se excluindo, mas não podem parar, têm que
pensar que poderia ser pior. Deus me deu a oportunidade de ficar vivo em
um acidente gravíssimo. Então eu vivo intensamente e agradeço todos os
dias. Estou ajudando muita gente pela internet, incentivando as
pessoas”, finaliza o atleta.
Cássio Dutra é atleta em Itanhaém, SP (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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