Juiz
Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, usa spray para delimitar distância da
barreira para cobrança de falta em partida entre Holanda e Costa Rica
(Foto: Ruben Sprich/Reuters)
Uma das melhores histórias de sucesso da Copa do Mundo é a do “spray
mágico” usado pelos árbitros para delimitar a distância de 9,15 metros
entre a barreira e a bola nas cobranças de falta, mas o criador da
invenção disse estar mais preocupado com o benefício ao jogo do que em
ganhar milhões.
O mineiro Heine Allemagne, de 43 anos, que concedeu à Fifa o uso
gratuito de sua invenção no Mundial, disse ser motivado mais pelo amor
ao futebol e o desejo de ajudar os juízes a manter a disciplina em campo
do que pela ambição em se tornar um milionário.
E sua invenção não poderia ser mais simples. O árbitro traça no gramado
uma linha de espuma biodegradável, derivada de óleo vegetal, indicando
onde os jogadores devem se posicionar durante a cobrança de uma falta, e
a linha desaparece dentre um ou dois minutos.
“Eu não tinha ambição comercial, queria desenvolver o produto. Talvez
vá haver algum retorno financeiro, mas isso pode vir depois, eu queria
aperfeiçoar o produto para o futebol”, disse Allemagne.
“Eu queria ajudar os árbitros a manter a disciplina. O tempo que agora
se leva para cobrar uma falta caiu de 48 segundos para cerca de 20
segundos. Há menos cartões amarelos e vermelhos e mais gols de falta, e
os jogadores respeitam a linha”, acrescentou.
Embora as latas de spray ainda não estejam disponíveis em larga escala,
Allemagne afirma que o preço de varejo ficará em torno de cinco
dólares. A Fifa recebeu uma remessa de 320 latas para as 64 partidas do
Mundial e Allemagne arcou ele mesmo com um custo presumido de US$ 1.600.
Um dos aspectos mais intrigantes dessa história é o tempo que levou para um conceito tão simples se tornar aceito.
Embora a campeonatos nacionais tenham acolhido a invenção logo de
início, o inventor disse que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o
secretário-geral, Jérôme Valcke, precisaram de tempo para serem
convencidos.
“Algumas pessoas, como eles, precisaram ser convencidas, Blatter estava
cético no início, mas então se deu conta de que resolvia um problema do
futebol”, disse Allemagne. “Mas eles mudaram de ideia.”
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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