domingo, 6 de julho de 2014

Candidatos apresentam propostas para áreas mais críticas do estado

RENAN FILHO, BENEDITO DE LIRA E EDUARDO TAVARES ANTECIPAM OPINIÕES À GAZETA DE ALAGOAS
Por: MILENA ANDRADE - REPÓRTER
 
 
 
A última pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope em Alagoas confirmou que as maiores fontes de preocupação e insatisfação da população local são os serviços prestados e o acesso à Saúde, a má qualidade da Educação e a crise na Segurança Pública do Estado.

Esse resultado é um indicador importante de quais áreas devem ser prioritárias para o próximo governador de Alagoas e quais os setores devem balizar a plataforma dos candidatos.

Com base nesse quadro registrado pela pesquisa, a Gazeta elaborou perguntas aos três primeiros colocados na pesquisa de intenção de voto do Ibope. Renan Filho (PMDB), Benedito de Lira (PP) e Eduardo Tavares (PSDB) foram questionados sobre quais as estratégias para enfrentar os problemas dessas três grandes áreas e o que é a essência do plano de governo que pretendem implementar a partir do dia 1º de janeiro, caso vençam as eleições.

Em comum, os três candidatos têm o entendimento de que é necessário realizar marcantes mudanças nas três áreas.

Gazeta. Na sua visão, as áreas de maior insatisfação da população apontadas na pesquisa Ibope são, de fato, as que merecem maior atenção?
Renan Filho. A pesquisa tem 100% de sintonia com o diagnóstico que a Frente de Oposição tornou público em março passado, bem antes de definir as candidaturas. Nós apontamos essas três áreas – saúde, educação e segurança – como prioridades para uma mudança profunda nas políticas públicas. E acrescentamos mais dois pontos que consideramos estratégicos: novas diretrizes para o desenvolvimento econômico de Alagoas e para a gestão pública no Estado.

Benedito de Lira. Isso não ocorre somente com Alagoas, mas no Brasil inteiro. Em Alagoas, na média geral, o ponto mais crítico talvez seja a saúde, que necessita de uma atenção especial. Em seguida, vem a educação. E a segurança, que atingiu os piores patamares do País e precisa, urgentemente, implementar algumas propostas e construir outras baseadas na inteligência policial, além de estreitar a cooperação entre todos os organismos responsáveis pela segurança.

Eduardo Tavares. É interessante perceber que as preocupações de Alagoas são as mesmas apontadas pelo País inteiro. Estou cansado desse derrotismo alagoano. Esse problema não é só nosso. O que precisamos é levantar a cabeça e enfrentar esses temas como prioridades de governo para 2015. Promessas e programas de governo já fizeram demais. Não adianta nada ter programa de governo, apresentar gráficos e soluções, se o governador eleito não tiver princípios.

Cite ao menos uma proposta para promover melhorias na saúde, na educação e na segurança?

Renan Filho. Na segurança, a primeira grande mudança é no conceito. A responsabilidade por essa área deixará de ser transferida ao Exército, à Polícia Federal, à PM, à Procuradoria-Geral de Justiça e, agora, ao Judiciário. Por isso, não deu certo. Todas essas instituições são importantes, mas é fundamental que o governador tenha consciência de que a responsabilidade de fazer segurança pública é do governo, é intransferível. Na saúde, a gestão de recursos financeiros e humanos terá que ser mais eficiente. Tenho ido a muitas localidades em que a instalação de Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, são uma necessidade urgente. Em outras, os postos de saúde foram deixados à própria sorte. Não se pode vacilar nessa área. A saúde pública deve ter uma atenção do tipo plantão permanente. Na educação, a valorização profissional e financeira do professor, informatização da rede e todo empenho para multiplicar as escolas em tempo integral no estado. E para os três setores, contamos com o apoio firme de Brasília, tanto no governo quanto na nossa bancada federal.

Benedito de Lira. Na segurança, é preciso promover a integração e a melhoria das atividades das polícias civil, militar, guardas municipais, sistema penitenciário e Corpo de Bombeiros através da estruturação das regiões geográficas integradas de segurança pública, elaborar e implantar programa de segurança e integração social entre a polícia do estado e a população. Temos que criar um adequado relacionamento de confiança e convivência social, no exercício da cidadania e propagação do sentimento de paz. A área de saúde dará atenção preventiva às crianças, aos adolescentes, aos idosos, às mulheres e gestantes e às pessoas com deficiência. Será realizada a atualização da estrutura administrativa regional para ampliar a execução de programas na assistência básica, na média e alta complexidade, e integração com a união e os municípios. Na Educação, a implantação do regime escolar em tempo integral deve ser a meta principal, inclusive ao estudante com deficiência, ao lado do incentivo à ampliação do Ensino Infantil. Isso será acompanhado da unificação do cardápio de merenda escolar.

Eduardo Tavares. Precisamos cobrar do governo federal o que ele tem obrigação de dar a Alagoas, aumentando os investimentos nessas áreas. Há uma falsa impressão de que o governo federal tem feito o suficiente. Veja o exemplo do Brasil Mais Seguro, por meio do qual foram investidos R$ 200 milhões. A União levou o mérito, mas a verdade é que só entrou com R$ 50 milhões. Precisamos que o governo federal chegue mais junto de Alagoas. Outra questão é a melhoria da gestão pública. Vamos buscar os melhores técnicos de cada área para encontrar as melhores soluções. Outro desafio de governo é o mau uso de verbas federais pelas prefeituras. Precisamos recrutar e disponibilizar técnicos para ajudar os prefeitos. No caso da educação, é preciso fazer uma verdadeira revolução. Precisamos combater a evasão, oferecer perspectivas de que a escola pode dar melhores condições de vida e melhorar a qualidade das escolas primárias. Mas também precisamos tratar o problema com a escola de tempo integral que vai receber nossas crianças, dar-lhes refeição, recreação e atividades culturais.

Sua coligação já tem plano de governo? Qual a essência dele, o que prioriza e o que há de inovador na proposta?

Renan Filho. Nosso plano de governo está sendo construído a milhares de mãos. O projeto é resultado de uma série de encontros com a população, desde maio de 2013, em todas as regiões do Estado e também de seminários temáticos, debates e consultas com os mais diversos segmentos. É uma forma inovadora e muito mais inteligente de elaborar um projeto de governo e fixar os compromissos da campanha. Afora isso, dou muita importância ao contato diário e permanente com as pessoas. Não me canso de repetir que o povo tem muita coisa a nos ensinar, basta que a gente preste atenção.

Benedito de Lira. Quem disser que já tem um plano de governo neste momento está querendo enganar os eleitores. Plano de governo é um documento complexo, que precisa prever recursos orçamentários e estar adequado ao Plano Plurianual Estadual. O que a coligação tem elaborado é uma plataforma de governo em que um dos princípios é dar continuidade às obras, como o Canal do Sertão, por exemplo, e várias outras (como o Vale do Reginaldo), programas e projetos importantes que o governo de Teotonio Vilela Filho não teve tempo de concluir.

Eduardo Tavares. Já temos um esboço do nosso plano de governo que foi, inclusive, entregue à Justiça e estamos trabalhando, há cerca de dois meses, na elaboração, coletando sugestões com vários segmentos da sociedade civil e sintetizando essas propostas. Posso adiantar que o norteador desse plano de governo é o desenvolvimento humano. Hoje, nós temos o governador do desenvolvimento econômico que é o Teotonio Vilela Filho. Mas eu quero ser o governador do desenvolvimento humano.
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário