“Se eleito for, vou contratar mil novos policiais por ano”. A promessa de campanha despenca como um raio na cabeça do governo
Em Porto Real do Colégio, mato e descaso tomam conta da unidade da PM /Foto: JOSÉ FEITOSA
Por: MAURÍCIO GONÇALVES - REPÓRTER
Teotonio Vilela Filho, governador de Alagoas
Teotonio Vilela Filho prometeu, ganhou a
eleição, mas só realizou um concurso e contratou cerca de mil PMs até
agora. Outros mil devem se formar e assumir os postos ainda este ano. A
vida real mastiga o conto de fadas do palanque, mas a verdade não o engole: cospe chumbo no lombo dos indefesos e na cara da hipocrisia. A verdade dói.
Na matemática do governo, um mais um não é dois. Em oito anos de mandato, não teremos um aumento de 8 mil policiais, mas uma redução de mil. O presidente do Conselho Deliberativo da Caixa Beneficente da PM, coronel Adroaldo Goulart, explica que a chegada de 2 mil novos policiais não adiantou de nada, já que 3 mil foram para a reserva nos últimos oito anos.
Vivemos num Estado de nervos. A sensação de insegurança não é uma simples impressão. É fato. Ninguém vê a polícia nas cidades porque simplesmente faltam policiais. Segundo o Comando Geral, a PM de Alagoas tem um efetivo de 7.020 homens e mulheres. “Há 12 anos, havia 9.500 e já era pouco. A população e a violência aumentaram muito de lá para cá”, adverte Goulart. Ainda há quem questione os números oficiais. Para o presidente da Associação dos Praças, cabo Wagner Simas, o efetivo total não passa de 6 mil militares. “E nas ruas mesmo, só deve ter uns 3 mil”.
Se os buracos são grandes no efetivo da capital, as bases da PM nas cidades do interior vivem aos rombos. Ou “arrombadas” mesmo, como foi a porta do Grupamento de Porto de Pedras. Dados oficiais registram que há 2.066 policiais para cobrir os 90 municípios do interior (os 11 da região metropolitana estão ligados a Maceió). Divididos em quatro turnos de 24 horas, restam apenas 516 PMs por plantão para cobrir todo o interior.
VIOLÊNCIA
Quem ainda se pergunta como Alagoas consegue ser o Estado com a maior taxa de homicídios do Brasil e com o maior número de mortes entre jovens pode encontrar as respostas nestes números. Mais da metade das cidades alagoanas tem apenas dois ou três policiais por turno. Algumas nem isso. O prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão, reclama que o município de 11 mil habitantes já ficou com apenas 1 PM vários dias.
Em Pindoba, o efetivo é zero. Quando tem festa, a companhia de Atalaia manda reforço. “E isso porque o prefeito é amigo do comandante” , revela uma fonte. Com este “exército de um homem só” (ou nem isso), Alagoas registrou o recorde de 2.260 assassinatos no ano passado. O estudo Mapa da Violência 2013 aponta uma escalada de 171% na taxa de homicídios em uma década. Temos 72,2 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O segundo colocado no ranking é o Espírito Santo, com taxa bem menor: 42,7.
Na matemática do governo, um mais um não é dois. Em oito anos de mandato, não teremos um aumento de 8 mil policiais, mas uma redução de mil. O presidente do Conselho Deliberativo da Caixa Beneficente da PM, coronel Adroaldo Goulart, explica que a chegada de 2 mil novos policiais não adiantou de nada, já que 3 mil foram para a reserva nos últimos oito anos.
Vivemos num Estado de nervos. A sensação de insegurança não é uma simples impressão. É fato. Ninguém vê a polícia nas cidades porque simplesmente faltam policiais. Segundo o Comando Geral, a PM de Alagoas tem um efetivo de 7.020 homens e mulheres. “Há 12 anos, havia 9.500 e já era pouco. A população e a violência aumentaram muito de lá para cá”, adverte Goulart. Ainda há quem questione os números oficiais. Para o presidente da Associação dos Praças, cabo Wagner Simas, o efetivo total não passa de 6 mil militares. “E nas ruas mesmo, só deve ter uns 3 mil”.
Se os buracos são grandes no efetivo da capital, as bases da PM nas cidades do interior vivem aos rombos. Ou “arrombadas” mesmo, como foi a porta do Grupamento de Porto de Pedras. Dados oficiais registram que há 2.066 policiais para cobrir os 90 municípios do interior (os 11 da região metropolitana estão ligados a Maceió). Divididos em quatro turnos de 24 horas, restam apenas 516 PMs por plantão para cobrir todo o interior.
VIOLÊNCIA
Quem ainda se pergunta como Alagoas consegue ser o Estado com a maior taxa de homicídios do Brasil e com o maior número de mortes entre jovens pode encontrar as respostas nestes números. Mais da metade das cidades alagoanas tem apenas dois ou três policiais por turno. Algumas nem isso. O prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão, reclama que o município de 11 mil habitantes já ficou com apenas 1 PM vários dias.
Em Pindoba, o efetivo é zero. Quando tem festa, a companhia de Atalaia manda reforço. “E isso porque o prefeito é amigo do comandante” , revela uma fonte. Com este “exército de um homem só” (ou nem isso), Alagoas registrou o recorde de 2.260 assassinatos no ano passado. O estudo Mapa da Violência 2013 aponta uma escalada de 171% na taxa de homicídios em uma década. Temos 72,2 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O segundo colocado no ranking é o Espírito Santo, com taxa bem menor: 42,7.
FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS
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