Ele tinha 99 anos e morreu no hospital após uma fratura no fêmur.
Ele faria cem anos em 15 de dezembro de 2014.
Ernesto Paulella, o "Arnesto", mostra partitura com o samba de Adoniran Barbosa, em 2010. (Foto: Arquivo/Letícia Macedo/G1)
Ernesto Paulella, o "Arnesto", do samba de Adoniran Barbosa, morreu por
volta do meio-dia desta quarta-feira (26), aos 99 anos. Ele faria cem
anos em 15 de dezembro de 2014 e morava ainda no bairro do Brás.
Arnesto sofreu uma fratura de fêmur e foi internado na sexta-feira
(21), passou por cirurgia e estava no hospital. Ele era advogado
aposentado, viúvo e estudioso de latim.
Ele garantia que nunca convidou o amigo para um samba e nunca lhe deu "um bolo", como diz a canção. "Isso é coisa da cabeça dele", assegurou, em entrevista ao G1 em 2010. Ele lembrava com carinho que Adoniran, semanas após serem apresentados, em 1935, pediu-lhe um cartão de visitas.
"Ele falou: 'Você é Arnesto, porque seu nome dá samba. Você aduvida?'", contava Ernesto, imitando a voz rouca do amigo. "Eu não aduvido mais", respondeu. O compositor prometeu escrever, então, uma canção para o amigo.
Ele garantia que nunca convidou o amigo para um samba e nunca lhe deu "um bolo", como diz a canção. "Isso é coisa da cabeça dele", assegurou, em entrevista ao G1 em 2010. Ele lembrava com carinho que Adoniran, semanas após serem apresentados, em 1935, pediu-lhe um cartão de visitas.
"Ele falou: 'Você é Arnesto, porque seu nome dá samba. Você aduvida?'", contava Ernesto, imitando a voz rouca do amigo. "Eu não aduvido mais", respondeu. O compositor prometeu escrever, então, uma canção para o amigo.
Ernesto fala ao G1 em 2010 sobre música de Adoniran (Foto: Arquivo/Leticia Macedo/G1)
Aproximadamente 17 anos depois, Ernesto foi surpreendido com a música
em sua homenagem sendo tocada na rádio. "Fiquei muito emocionado",
conta.
Mais tarde, Ernesto tentou dar um puxão de orelhas no amigo. "Adoniran,
você me meteu em uma encrenca. Todo mundo me pergunta por que eu
convidei você para o samba", diz o advogado, que também era músico.
Adoniran foi incisivo: "Arnesto, se não tinha mancada, não tinha samba".
Quando questionado pelo amigo se havia gostado do samba, Ernesto
declarou a ele: "Você me abriu ao meio. [Esse samba] foi a coisa mais
bonita que me aconteceu".
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário