quarta-feira, 19 de dezembro de 2012



Corpos se acumulam no IML e famílias se revoltam

Por: FÁTIMA ALMEIDA - REPÓRTER

A greve no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió e Arapiraca continua, para desespero das famílias que aguardam a liberação dos seus mortos para sepultamento, e da vizinhança, que já não suporta o mau cheiro de corpos em estado de putrefação.

No local, ninguém está autorizado a falar com a imprensa, nem mesmo para dizer o número de corpos que estão acumulados desde o último final de semana, mas a assessoria de comunicação da Perícia Oficial afirmou que já são pelo menos sete em Arapiraca e doze em Maceió, totalizando 19 corpos – isto até a tarde de ontem.

Na frente do IML de Maceió, familiares dos mortos se revoltam e sofrem com a situação. “Isso é uma vergonha para Alagoas. Esse governo não liga para nada. Estamos aqui há quase 30 horas, esperando um corpo para sepultar”, desabafa o peixeiro José Cícero dos Santos, irmão do presidente da Associação dos Bares, José Antônio Freire, assassinado na manhã de segunda-feira.

Filhos, irmãos, demais parentes e amigos, esperavam com ansiedade. “Só queremos o direito de sepultá-lo”, reclamava o sobrinho Paulo Vitor dos Santos. “O mais difícil é essa falta de definição. As pessoas chegam aqui, já vieram dois ônibus do Joaquim Leão, mas não temos uma resposta. Não sabemos quando vai ser o enterro. Na segunda-feira disseram que viria um legista de fora, mas até agora nada”, lamentava Marina Soares, cunhada da vítima.

CAOS. Médicos-legistas mantêm greve iniciada segunda-feira


FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS

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