quinta-feira, 26 de março de 2015

Após velório, corpo de Cláudio Marzo é levado para cremação no Rio

Público se despediu do ator em velório aberto das 11h às 16h.

Marzo morreu no domingo (22) vítima de complicações de pneumonia.


RJ velório Cláudio Marzo Xuxa Lopes Berry Faria (Foto: Paulo Campos/Estadão Conteúdo)
Ex-mulheres Xuxa Lopes e Beth Faria no velório de Marzo(Foto: Paulo Campos/Estadão Conteúdo)



O corpo do ator Cláudio Marzo foi levado para cremação por volta das 18h desta quinta-feira (26), no crematório do Caju, na Zona Portuária do Rio. A cerimônia, reservada para amigos e familiares, foi realizada no Memorial do Carmo após velório aberto ao público, realizado das 11h às 16h.
A ex-mulher de Marzo, Xuxa Lopes, foi uma das primeiras a chegar. Ela afirmou que o ator não conseguiu parar de fumar mesmo após ficar doente.
"Ele morreu por causa desse diabo desse cigarro, ele não conseguia para de fumar, ele insistia em fumar, mesmo doente ele insistia nisso. Ele não conseguiu romper com esse vício. Dá raiva porque era um cara incrível, eu tinha uma ligação muito forte, tomara que ele esteja bem", afirmou.
Beth Faria, ex-mulher do ator, chegou ao velório ao lado da neta (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Beth Faria chegou ao velório ao lado da neta (Foto: Matheus Rodrigues/G1)







Beth Faria, ex-mulher do ator, chegou ao velório ao lado da neta. "Eu estou com a nossa neta, minha e de Cláudio. Muitas saudades nesse momento", disse Beth.
Morte aos 74 anos
Cláudio Marzo, de 74 anos, morreu às 5h39 deste domingo (22) na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Ele estava internado na unidade desde 4 de março. A família aguardava a chegada de um dos filhos que mora na Austrália para dar início ao funeral.

Xuxa Lopes, ex-mulher de Cláudio Marzo, recebe o carinho de amigos (Foto: Matheus Rodrigues/G1)Xuxa Lopes, ex-mulher de Cláudio Marzo, recebe o carinho de amigos (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Primeiro time da Globo
Marzo tinha 25 anos quando recebeu o convite para trabalhar na TV Globo. Ele morava em São Paulo e fazia parte do Grupo Oficina. Ele ainda atuava como dublador da série americana “Mr. Novac”. Foi quando se mudou para o Rio e assinou contrato. Ele fez parte do primeiro grupo de atores contratados pela Globo, inaugurada em 26 de abril de 1965.

“Por coincidência, a Globo tinha comprado esses filmes que eu dublava. Então, já contratado, eu continuava em São Paulo, até terminar as dublagens. Queria ter vindo antes, estava doido para vir para o Rio”, lembrou o ator, em depoimento ao site Memória Globo.
Foi por conta desse pequeno atraso que o ator acabou escalado não para a primeira, mas para a segunda novela da emissora no horário das 19h. Era “A Moreninha”, de Graça Mello, com 35 capítulos.
Ele nasceu no dia 26 de setembro de 1940, em São Paulo, filho de uma família de operários e descendente de italianos. O ator abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante na TV Paulista. Depois, foi contratado pela TV Tupi. “Deixei até o cabelo crescer para viver o músico, ninguém naquela época tinha cabelo comprido”, disse.
“Sempre tive vontade de ser ator, achava uma coisa fantástica. Os atores me emocionavam. Achava interessante você transmitir emoções e consciência de mundo para as pessoas. Na época, eu acreditava, ingenuamente até, que o teatro pudesse modificar o mundo.”
Cláudio Marzo na novela 'Desejo Proibido', de 2007 (Foto: Divulgação/TV Globo)
Cláudio Marzo na novela 'Desejo Proibido', de 2007 (Foto: Divulgação/TV Globo)







Par com Regina Duarte
O ator participou de várias novelas nos anos 1960, sendo "Véu de Noiva" um de seus momentos mais marcantes. Ele atuou ao lado de Regina Duarte, na trama de Janete Clair. A novela é considerada importante por ter sido uma resposta à tendência iniciada por "Beto Rockfeller", exibida pela TV Tupi. Foi ainda a primeira a ganhar uma trilha sonora original, com músicas escolhidas por Nelson Motta.

O par romântico Marzo e Regina Duarte no gosto popular. E voltou a ser escalado em "Irmãos Coragem", de Janete Clair, produzida em 1970. Na trama, o ator viveu um dos irmãos Coragem, Duda, um craque dos campos de futebol. Foi mais um sucesso de público. “Eu não queria fazer sucesso em televisão. Eu queria ser ator de teatro, entende? E achava que, na minha cabeça, na época, fazer sucesso em televisão era uma coisa que te queimava. Novela, televisão, isso era uma coisa inferior. Mas eu precisava trabalhar”, confessa.
"Minha doce namorada", de 1971, e "Carinhoso", de 1973, trouxeram de volta Cláudio Marzo e Regina Duarte. Na década seguinte, participou de produções que marcariam a carreira. Em "Brilhante", novela de Gilberto Braga exibida em 1981, interpretou o motorista Carlos, que vivia romance com a patroa, Chica Newman, interpretada por Fernanda Montenegro.
Manchete e filmes
Marzo também participou de duas novelas na extinta TV Manchete. Ele esteve em "Kananga do Japão", de Wilson Aguiar Filho, em 1989; e "Pantanal", de Benedito Ruy Barbosa, no ano seguinte. A carreira de Marzo também inclui trabalhos no cinema. Foram 35 longas-metragens, com destaque para "O Homem Nu", dirigido por Hugo Carvana, com roteiro de Fernando Sabino, em 1990.

Retorno à TV Globo
De volta à Globo em 1993, atuou em "Fera Ferida", de Aguinaldo Silva, no papel do coveiro Orestes Fronteira. Dois anos depois, foi convidado para participar do remake de "Irmãos Coragem", dessa vez vivendo o poderoso coronel Pedro Barros, justamente quem perseguia a família Coragem. Em 2007, na Globo, atuou na novela "Desejo Proibido", de Walther Negrão, e na minissérie "Amazônia – De Galvez a Chico Mendes", de Gloria Perez, no papel de Ramalho Jr, ex-governador do Acre. O último trabalho na Globo foi no seriado "Guerra e Paz", em 2008. O ator interpretou o capitão Guerra.




FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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