Deputado do PMDB foi eleito presidente da Câmara neste domingo (1º).
Desafeto de Dilma, ele prometeu independência ao Palácio do Planalto.
Presidente nacional do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (2) que o novo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito neste domingo, está disposto a “colaborar” com o Executivo durante o mandato.
Temer e Cunha almoçaram juntos nesta segunda, no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência. Conforme apurou o G1, Temer sugeriu o “apaziguamento” das relações entre o Planalto e o novo presidente da Câmara e buscou amenizar os recentes atritos durante a campanha pela presidência da Casa.
“Ele [Cunha] me disse que [o almoço] foi a primeira visita que ele fazia e era exatamente para revelar aquilo que está na Constituição, que é uma harmonia absoluta entre o Legislativo e o Executivo. E ele queria até combinar um pouco o procedimento, a fórmula dessa relação. Conversamos muito sobre isso e a disposição dele realmente é colaborar com o Executivo. Nós conversamos muito sobre isso”, disse Temer.
Desafeto da presidente Dilma Rousseff, Cunha afirmou em seu primeiro discurso após a eleição, neste domingo (1º), que em sua gestão a Câmara será independente e não se submeterá ao Palácio do Planalto. O parlamentar, porém, ressaltou que não fará oposição ao governo.
Segundo Michel Temer, o encontro desta segunda com Cunha no Jaburu serviu para que eles pudessem comentar reportagens que mencionaram possível divergência entre o Legislativo e o Executivo com a eleição do peemedebista.
Ao deixar o gabinete no Palácio do Planalto, Temer afirmou que o novo presidente da Câmara sabe que tem missão institucional de se “entender” com o Executivo. Ele disse também que não há “nenhuma preocupação” do Planalto quanto à relação com a Câmara.
Questionado sobre se a atuação de ministros na disputa são “águas passadas” no PMDB, Temer disse que sim e garantiu que, no dia seguinte à eleição, Executivo e Legislativo devem trabalhar pelo bem comum da população.
“Isso é passado. Em matéria eleitoral é assim: você controverte, diverge alguns trabalham para alguns e outros trabalham para outros até o dia das eleições. No dia seguinte às eleições, a busca é em função do bem comum, acho que todos têm que trabalhar em função do bem comum. São águas passadas, não existem mais”, disse o vice-presidente.
Nesta segunda, o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, também disse que as divergências da disputa pela presidência da Câmara estão superadas. Ele usou metáforas futebolísticas para definir como será a relação com Eduardo Cunha. "como um jogo de futebol. Quando tem jogo de futebol, tem carrinho, tem puxão na camiseta, tem, às vezes, até uma canelada. Termina o jogo, os amigos sentam e tomam uma cervejinha. É mais ou menos assim", declarou.
Temer disse que conversou “muito rapidamente” sobre a eleição de Cunha com a presidente Dilma Rousseff durante o casamento da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, neste domingo (1º), em Brasília, mas não deu detalhes da conversa. “Dei uma brevíssima palavra, mas nada mais que isso”, relatou.
O vice-presidente deixou o palácio e seguiu em direção ao Jaburu, onde recebeu Eduardo Cunha, deputados do PMDB, e alguns senadores do partido, como Renan Calheiros (AL) e o ex-senador José Sarney.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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