Fogos de artifício, instrumentos musicais, malas, bandeirões,
guarda-chuvas, lanches caseiros e líquidos de qualquer tipo. Nada disso
poderá ser levado aos estádios durante os jogos da Copa do Mundo, entre
12 de junho e 13 de julho. As proibições estabelecidas pelo Código de
Conduta da Fifa são inúmeras, e incluem até tablets e bolas infláveis (a
palavra "bexiga" ou "balão" não é citada nominalmente, mas as bolas
infláveis estão vetadas independentemente do tamanho, e a Fifa confirmou
ao G1 o veto dos balões).
Os torcedores devem ficar atentos principalmente em relação a objetos
volumosos. O documento da Fifa explica que eles abrangem todos os itens
que não podem ser guardados embaixo dos assentos nos estádios, ou seja,
aqueles que tiverem medidas superiores a 25 centímetros de altura, 25
centímetros de largura e 25 centímetros de profundidade.
Cartazes e bandeiras, por exemplo, só serão permitidos nas dimensões de
até 2 metros por 1,50 metros. Mas não é só isso: eles precisam ser
feitos "de material considerado pouco inflamável". Já os mastros de
bandeiras têm que ser de plástico flexível.
Farinha, rolo de papel e escada
A lista de restrições da Fifa ainda reúne latas de spray, medicamentos estimulantes, grandes quantidades de pó, farinha e similares, rolos de papel, animais (exceto cães-guia), guarda-sóis, escadas, cadeiras, vuvuzelas, instrumentos que façam barulho excessivo e qualquer dispositivo que produza fumaça.
A lista de restrições da Fifa ainda reúne latas de spray, medicamentos estimulantes, grandes quantidades de pó, farinha e similares, rolos de papel, animais (exceto cães-guia), guarda-sóis, escadas, cadeiras, vuvuzelas, instrumentos que façam barulho excessivo e qualquer dispositivo que produza fumaça.
Além dos objetos nominalmente descritos na lista, o Código de Conduta
também garante à Fifa o direito de proibir qualquer item que possa
comprometer a segurança pública ou prejudicar a reputação do evento. Na
prática, os seguranças poderão avaliar na hora dos jogos o que entra e o
que não entra nos estádios.
Código da Fifa veta bolas infláveis, mas diz que isqueiros para cigarros são permitidos (Foto: Reprodução)
Idec aponta trechos confusos
Em alguns pontos, o documento é contraditório ou, no mínimo, confuso, na análise do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O texto diz, por exemplo, que isqueiros comuns de bolso são permitidos.
Em alguns pontos, o documento é contraditório ou, no mínimo, confuso, na análise do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O texto diz, por exemplo, que isqueiros comuns de bolso são permitidos.
Mas, no capítulo sobre "Bom senso nos estádios", afirma que "fumar é
proibido em todas as áreas" das arenas.
Se é bom senso, não pode ser proibido. E se eu não posso fumar, por que posso entrar [no estádio] com isqueiro?"
Claudia Almeida, advogada do Idec
"O documento não tem a clareza que deveria ter", critica a advogada
Claudia Almeida, do Idec. "O que a gente conclui é que a Fifa não é
muito boa de fazer regulamento, porque há coisas que não fazem o menor
sentido", continua. "Se é bom senso, não pode ser proibido. E, se eu não
posso fumar, por que posso entrar [no estádio] com isqueiro?",
questiona.
Câmeras e tablets
Para o Idec, outro trecho confuso é o que diz respeito à proibição de câmeras e computadores. As regras da Fifa dizem que é vetada a entrada de câmeras (exceto para uso privado e, nesse caso, com apenas um conjunto de pilhas sobressalentes ou recarregáveis) e "quaisquer tipos de câmeras de vídeo ou outros equipamentos de gravação de som e vídeo". Na sequência, afirmam que estão proibidos os "computadores pessoais e outros dispositivos (incluindo laptops, PC ou tablets) usados para os fins de transmissão ou disseminação de sons, imagens, descrições ou resultados dos eventos pela internet ou outros meios".
Para o Idec, outro trecho confuso é o que diz respeito à proibição de câmeras e computadores. As regras da Fifa dizem que é vetada a entrada de câmeras (exceto para uso privado e, nesse caso, com apenas um conjunto de pilhas sobressalentes ou recarregáveis) e "quaisquer tipos de câmeras de vídeo ou outros equipamentos de gravação de som e vídeo". Na sequência, afirmam que estão proibidos os "computadores pessoais e outros dispositivos (incluindo laptops, PC ou tablets) usados para os fins de transmissão ou disseminação de sons, imagens, descrições ou resultados dos eventos pela internet ou outros meios".
"Se eu não usar o tablet para transmissão, então eu posso [levá-lo para
o jogo]? Não está claro pelo que a gente lê", aponta a advogada do
Idec. "Praticamente tudo o que um tablet faz, qualquer smartpone – que
não está vetado – pode fazer. Não tem muita coerência", avalia Claudia.
Procurada pelo G1, a Fifa confirmou a proibição aos
tablets, mas não deu mais esclarecimentos. Disse apenas que seu Código
de Conduta é "claro" sobre o que pode ou não pode nos estádios.
O Idec
também lembra que todos os torcedores que compraram ingressos para a
Copa concordaram em seguir o Código de Conduta da Fifa. O órgão ainda
afirma que, embora a falta de clareza viole o Código de Defesa do
Consumidor (CDC), a orientação é seguir as regras da federação de
futebol. Por se tratar de uma lei específica, ela pode ser interpretada
como superior ao CDC.
Orientação ao consumidor
Para ajudar o torcedor-consumidor, o Idec reuniu dicas e alertas na cartilha "De Olho na Copa – Direitos e condutas do torcedor no estádio". "Há dúvidas que só a Fifa pode esclarecer. Mas a nossa orientação é que o consumidor procure obedecer tudo o que entender, para evitar transtornos", diz Claudia. "Nossa preocupação é ajudar a divulgar as regras de conduta para que o consumidor não sofra constrangimento", afirma a advogada do instituto.
Para ajudar o torcedor-consumidor, o Idec reuniu dicas e alertas na cartilha "De Olho na Copa – Direitos e condutas do torcedor no estádio". "Há dúvidas que só a Fifa pode esclarecer. Mas a nossa orientação é que o consumidor procure obedecer tudo o que entender, para evitar transtornos", diz Claudia. "Nossa preocupação é ajudar a divulgar as regras de conduta para que o consumidor não sofra constrangimento", afirma a advogada do instituto.
Idec preparou cartilha com dicas e alertas para quem vai ver jogos nos estádios (Foto: Reprodução)
Um dos principais alertas do Idec é que o torcedor evite ir aos
estádios com mala ou mochilas grandes, para não correr o risco de não
ter onde deixar a bagagem e ser barrado na entrada.
Embora a maioria dos eventuais problemas só possa ser resolvida
diretamente com a Fifa, o Idec diz que o consumidor "pode e deve
requerer seus direitos no Poder Judiciário caso tenha algum prejuízo".
Além disso, o governo federal lançou no dia 27 de maio o Guia para o Consumidor Turista na Copa do Mundo,
que traz informações sobre os direitos dos consumidores durante o
Mundial e orientações para registrar reclamações em caso de violação.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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