Suzana Vieira, Beth Goulart, Nicette Bruno e Barbara Bruno compareceram.
Missa foi realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
Suzana
Vieira, Beth Goulart, Nicette Bruno e Barbara Bruno durante missa de 7º
dia ao ator Paulo Goulart na Igreja Nossa Senhora da Paz em Ipanema, no
Rio, nesta quinta-feira (20) (Foto: Murilo Rezende/Futura Press/Estadão
Conteúdo)
Amigos e familiares de Paulo Goulart compareceream à missa de sétimo
dia de morte do ator na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Zona
Sul do Rio, na noite desta quinta-feira (20). Na quinta-feira (19), foi
realizada uma missa em São Paulo, em homenagem ao ator , morto na quinta-feira (13), aos 81 anos.
Em São Paulo, a missa foi celebrada pelo Padre Fábio de Melo na Igreja da Consolação (Rua da Consolação 585).
Em São Paulo, a missa foi celebrada pelo Padre Fábio de Melo na Igreja da Consolação (Rua da Consolação 585).
Na última sexta-feira, familiares, amigos e centenas de admiradores de Paulo Goulart
foram ao enterro do ator, no Cemitério da Consolação. Os fãs aplaudiram
a viúva, a atriz Nicette Bruno. A família se abraçou em silêncio.
Antes, os admiradores fizeram fila para se despedir do ator em seu
velório no Theatro Municipal, no Centro de São Paulo. O velório começou
no final da noite de quinta e terminou às 13h de sexta.
A viúva e os filhos Beth Goulart e Paulo Goulart Filho chegaram por
volta das 9h ao velório. Neste mesmo horário, quando as portas do
Theatro Municipal foram abertas para os fãs, uma fila de cerca de 100
pessoas já havia se formado em torno do prédio.
Durante a manhã, passaram pelo velório entre 10 e 11 mil pessoas. O
governador Geraldo Alckmin foi ao Theatro Municipal. A viúva e os filhos
do ator agradeceram o carinho dos fãs que foram ao velório e acenaram
para eles da sacada do Theatro Municipal.
Paulo Goulart em 1994 (Foto: Marcos Mendes/ Agência Estado)
Carreira
Ao longo de sua carreira, iniciada quando ainda era adolescente, Goulart destacou-se por seus trabalhos em novelas como "Plumas e paetês" (1980), "Roda de fogo" (1986) e "O dono do mundo" (1991). Ele também participou de filmes como "Rio zona norte" (1957), "O grande momento" (1958), "Gabriela, cravo e canela" (1983) e "Para viver um grande amor" (1983). Ele nasceu em Ribeirão Preto (SP) em 9 de janeiro de 1933 – seu nome de batismo é Paulo Afonso Miessa; o Goulart ele tomou emprestado de um tio, o radialista Airton Goulart, como aponta o perfil do ator no site Memória Globo.
Ao longo de sua carreira, iniciada quando ainda era adolescente, Goulart destacou-se por seus trabalhos em novelas como "Plumas e paetês" (1980), "Roda de fogo" (1986) e "O dono do mundo" (1991). Ele também participou de filmes como "Rio zona norte" (1957), "O grande momento" (1958), "Gabriela, cravo e canela" (1983) e "Para viver um grande amor" (1983). Ele nasceu em Ribeirão Preto (SP) em 9 de janeiro de 1933 – seu nome de batismo é Paulo Afonso Miessa; o Goulart ele tomou emprestado de um tio, o radialista Airton Goulart, como aponta o perfil do ator no site Memória Globo.
Seu primeiro emprego foi como DJ, operador e locutor em rádio fundada
por seu pai, em Olímpia, no interior paulista. No entanto, antes de se
iniciar na carreira artística, o futuro ator estudou química industrial.
De acordo com ele, a ideia era ter uma alternativa de emprego. "Eu
queria ter algum outro ofício, porque rádio, embora fosse uma grande
coqueluche, não era encarado como uma profissão. Estavam fazendo teste
para locutores na Rádio Tupi de São Paulo, e lá fui eu. Mas não passei,
fiquei em segundo lugar", disse.
O desempenho e falta de conhecimentos técnicos do adolescente, contudo,
não impediram a contratação, que Goulart creditava à interferência do
ator de rádio Oduvaldo Vianna: "Foi a primeira pessoa que sacou esse meu
talento, essa coisa histriônica dos atores sem uma formação de escola".
Na época, ele estava prestes a completar 18 anos. "A televisão estava
começando, era 1951. Nós éramos contratados da rádio, e a TV Tupi era
sustentada pelo rádio. Então, tínhamos também a obrigação de fazer
televisão. O primeiro programa que eu fiz na TV foi com o Mazzaropi!"
Um ano depois, Goulart conheceu a atriz Nicette Bruno e fez sua
primeira peça. Eles se casaram em 26 de fevereiro de 1954 e tiveram três
filhos, Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho – que
seguiram a carreira dos pais.
Paulo Goulart e Nicete Bruno em frente ao Teatro Guaíra, em Curitiba, em 2008 (Foto: Valéria Gonçalvez/Agência Estado)
No cinema, estreou em 1954, na comédia "Destino em apuros", de Ernesto
Remani. Neste que é tido como o primeiro filme colorido produzido no
Brasil, Goulart contracenou com Paulo Autran, Sérgio Britto, Ítalo Rossi
e Inezita Barroso. Seu segundo trabalho no cinema foi em "Rio, zona
norte" (1957), de Nelson Pereira dos Santos. Antes de estrear na TV
Globo, o que aconteceria em 1969, Paulo Goulart morou com a família por
um período no Paraná – onde trabalhou com teatro e TV – e passou pela TV
Excelsior. Entre o final da década de 1950 e o começo da de 1960,
prosseguiu atuando no cinema. Em 1958, esteve em nada menos que cinco
filmes. Já na Globo, seu primeiro papel veio em "A cabana do pai Tomás",
que adaptava o livro homônimo escrito pela autora americana Harriet
Beecher Stowe (1811-1896).
No trabalho seguinte na emissora, esteve em história cujo tema ele
considerava ousado. "Era uma temática bastante arrojada para a época:
uma mulher casada que deixou o marido para viver com outro homem",
declarou. A novela era "Verão vermelho" (1970), de Dias Gomes, na qual
interpretou uma das pontas de um triângulo amoroso formado ainda por
Dina Staft e Jardel Filho. Ele também costumava destacar o pioneirismo
da novela "Uma rosa com amor" (1972): "Foi, talvez, a primeira novela de
comédia".
Depois disso, Goulart fez novelas importantes na TV Tupi, caso de
"Éramos seis" (1977), inspirada na obra homônima, escrita por Maria José
Dupré (1898-1984), e "Gaivotas" (1979). No regresso à Globo, esteve em
"Plumas e paetês" (1980): "Foi fantástico! Aquele guarda italianão
[Gino], que falava com aquele sotaque, gostava de comida... Eu adoro!
Foi um retorno maravilhoso".
A família de Paulo Goulart – Paulo Goulart Filho, Nicette Bruno, Bárbara Bruno e Beth Goulart – em foto de 1987 (Foto: AE)
Sobressaíram, na década seguinte, suas participações nas novelas "Roda
de fogo" (1986), "Fera radical" (1988), protagonizada por Malu Mader e
na qual o ator deu vida a um cadeirante, o que rendeu uma comparação do
ator com o seu próprio jeito de ser. "Meu personagem vivia em cadeira de
rodas, e eu sou uma pessoa muito vigorosa na vida real. Nicette que o
diga, coitada. De vez em quando eu esbarro nas coisas e quebro tudo!",
brincou.
Nos anos 1990, Paulo Goulart ficou especialmente marcado por
interpretar personagens de caráter duvidoso. Vieram, então, o bon vivant
Altair de "O dono do mundo" (1991), em que viveu o pai do protagonista
(papel de Antonio Fagundes), e o seu Donato da segunda versão de
"Mulheres de areia" (1993). Goulart chegou a comentar sobre a composição
deste último: "Donato era uma pessoa má por princípio, um assassino.
Mas eu me agarrei numa só coisa: um grande amor, ou melhor, a paixão por
uma adolescente. Então, em nome disso, ele cometia todas as
atrocidades; e, quanto mais apaixonado, pior ficava. Mas isso me
abastecia como intérprete".
Outros dois vilões de Goulart foram o Farina de "Esperança" (2002) e o
professor Heriberto de "Duas caras" (2007). Entre uma novela e outra,
houve tempo para um tipo menos questionável: o fragilizado Mariano de
"América" (2005), padrasto da protagonista (papel de Deborah Secco).
Nos anos 2000, o ator também se dedicou ao trabalho em minisséries,
como "Aquarela do Brasil" (2000), "Um só coração" (2004), "JK" (2006) e
"Amazônia: de Galvez a Chico Mendes" (2007). Antes, esteve em "Auto da
compadecida" (1999). Suas últimas novelas foram "Ti-ti-ti" (2010) e
"Morde & Assopra" (2011). Ao longo da carreira, Paulo Goulart atuou
em trabalhos exibidos por outras emissoras, como "As pupilas do senhor
reitor" (1995), do SBT, e "O campeão" (1996), da Bandeirantes.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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