quarta-feira, 3 de julho de 2013

Após ser atropelada, cadela volta a andar com aparelho e busca novo lar

Com menos de um ano, Catarina foi atropelada e sofreu fratura na coluna.
Cadeirinha especial mudou a vida da cachorrinha, que está para adoção.

Mariane Rossi Do G1 Santos
Catarina anda com a cadeira de rodas para cachorros (Foto: Mariane Rossi/G1)Catarina anda com a cadeira de rodas para cachorros (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
Uma cadela em Santos, no litoral de São Paulo, ficou paralítica e perdeu os movimentos das pernas após ser vítima de um atropelamento. Com um ano de idade e uma vida pela frente, o acidente que quase a matou também lhe trouxe a oportunidade de ser tratada melhor pelo ser humano. Assim como outros animais, ela encontrou profissionais que a ajudaram a seguir em frente, mesmo sem o movimento das pernas traseiras. Atualmente, Catarina anda com uma espécie de 'cadeira de rodas para animais', vive com mais conforto e aguarda um dono que deseje cuidar de um animal bem especial.

A cadela vivia na região do mercado de Santos. Segundo testemunhas, ela foi atropelada. A dona dela, uma moradora de rua, não tinha condições de procurar tratamento ou ajuda para o animal. Algum tempo depois, alguém encontrou a cadela com bastante dor. Uma equipe da Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Codevida), da Prefeitura de Santos, que faz o tratamento de animais, foi socorrer a cadela. “Ela estava atropelada há algumas horas, daí a trouxemos para cá. A moradora de rua não quis acompanhá-la. Quando ela chegou aqui estava muito agressiva. Ela não tinha nenhuma sensibilidade na parte traseira. Fizemos testes neurológicos e ela já não tinha dor profunda. Vimos que ela tinha uma fratura na coluna e era irreversível”, conta Leila Abreu, coordenadora da Codevida.

Catarina não consegue andar porque não tem os movimentos das pernas (Foto: Mariane Rossi/G1)Catarina não consegue andar porque não sente as pernas (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
A solução encontrada pelos veterinários foi procurar um tratamento para Catarina, como a cadela passou a ser chamada pelos profissionais e cuidadores. Os veterinários chegaram a falar com especialistas em São Paulo e no interior do Estado, mas o caso de Catarina não tinha tratamento. A única forma da cadela viver melhor era colocar uma cadeirinha personalizada para que ela conseguisse andar assim como os outros cachorros.

Funcionários e veterinários se uniram para comprar uma cadeira para Catarina. “Se fosse um cão idoso não iríamos expor, mas ela tem uma vida toda pela frente. Da cintura para baixo ela não tem sensibilidade”, explica Leila. A cadeira custou R$ 700 e foi feita especialmente sob medida para Catarina. Uma das veterinárias da Codevida fez as medições e mandou os dados para a empresa especializada em fazer o equipamento, que fica no interior de São Paulo.

A cadeirinha chegou depois de alguns dias. “No mesmo dia, ela saiu correndo”, conta Leila sobre a primeira reação de Catarina, após colocar o equipamento pela primeira vez. Aos poucos, ela foi se acostumando com a cadeira presa nas patas traseiras. Leila conta que essa foi uma forma de oferecer mais conforto e qualidade de vida para a cadela que tem apenas um ano de idade e que ficará nessa condição para o resto da vida. Apesar de ser uma solução prática, usar a cadeirinha deixa Catarina um pouco cansada. Ela tem que fazer mais esforço com as patas dianteiras e, por isso, não pode ficar o dia todo com o equipamento. “Colocamos uma vez por dia, mais ou menos”, afirma Leila.

Nesses quatro meses que está na Codevida, os veterinários não mediram esforços para melhorar a vida de Catarina. Além de tratamento, ela também ganhou carinho, o que a tornou mais meiga e mais dócil, diferentemente de quando chegou no local. “Todos os animais aqui passaram por um trauma. Mas depois que eles chegam aqui eles começam a entender a gente. E, quando eles veem o que nós fazemos, o olhar de gratidão deles é espetacular”, diz Leila.

Leila Abreu e Gabriel, um cachorro cego (Foto: Mariane Rossi/G1)Leila Abreu e um cachorro cego (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
Apesar do carinho por cada um dos cachorros que foram tratados, os profissionais querem que eles sejam adotados. Catarina está pronta para ir para um novo lar. A cachorra precisa de mais espaço para se exercitar e também uma família que possa acolhê-la. Segundo Leila, mesmo sendo cachorra deficiente, ela não carece de muitos cuidados especiais. “A pessoa só tem que colocar a cadeirinha para ela passear. Ela é muito ativa, gosta de passear. Ela se dá bem com todo mundo. Ah, e o piso da casa não pode ser áspero senão vai acabar machucando e até arrancando a pele dela e ela nem vai sentir. Mas as necessidades são as mesmas”, explica Leila, que vê a difícil situação dos animais deficientes. Para ela, que convive diariamente com os cachorros e com o sistema de adoção, há um preconceito na hora da escolha por um animal de estimação. Cachorros deficientes, com sequelas ou pretos são as últimas opções das pessoas. Os números comprovam a afirmação da coordenadora. Atualmente, apenas na Codevida, são 10 cachorros deficientes. Alguns são cegos, outros surdos e há até os paralíticos, como o caso de Catarina, mas que ainda aguardam por alguém que cuide deles como se eles fossem normais.

Adoção
Catarina e outros animais estão na Codevida. Para adotá-los é preciso passar por uma entrevista para ver se a pessoa está apta a ficar com o animal. A Coordenadoria de Proteção à Vida Animal funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h e atende na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 375, na Zona Noroeste, em Santos.

Catarina tem um ano e espera por uma pessoa que queira adotá-la (Foto: Mariane Rossi/G1)Catarina tem um ano e espera por uma pessoa que queira adotá-la (Foto: Mariane Rossi/G1)
 
 
 
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário