São Clemente, Portela, Mocidade e Paraíso do Tuiuti também desfilaram na Sapucaí.
Da esquerda
para a direita: São Clemente, Vila Isabel, Portela, União da Ilha, Paraíso do
Tuiutí, Mangueira e Mocidade — Foto: Fabio Tito, Rodrigo Gorosito, Marcos Serra
Lima/G1
Vila Isabel, União da Ilha e Mangueira se destacaram nesta segunda-feira
(4), no encerramento dos desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de
Janeiro. São Clemente, Portela, Mocidade e Paraíso do Tuiuti também desfilaram
na Sapucaí.
Apesar
do luxo de seu desfile, a Vila Isabel também foi um destaque negativo por ser a
única do Grupo Especial a atrasar um minuto em seu desfile, o que deve custar
um décimo de ponto à escola.
Marielle
Franco, vereadora do PSOL morta a tiros em março de 2018, esteve presente nos desfiles da Vila Isabel, através de
sua irmã e seus pais, e da Mangueira, representada por Mônica Benício, que
ficou viúva com a sua morte.
A noite
também teve celebridades como Elza Soares, Sabrina Sato, Emanuelle Araújo,
Gracyanne Barbosa, Alcione e Leci Brandão.
São Clemente
A São
Clemente abriu o segundo dia de desfiles criticando geral em uma tentativa de
discutir a relação das escolas com o carnaval. Ela reapresentou o enredo
"Samba sambou", que em 1990 deu o sexto lugar à escola no Grupo
Especial.
O
carnavalesco Jorge Luiz Silveira usou suas 26 alas para falar mal de
dirigentes, cambistas, imprensa, os compositores sem talento, a burocracia no
carnaval e as rainhas que compram seu cargo.
Os 3100 componentes mandaram a real no desfile inteiro. A comissão de
frente, por exemplo, criticou presidentes de escolas que compram e vendem
sambistas.
Vila Isabel
A Vila Isabel fez um carnaval luxuoso para
contar a história de Petrópolis, desde antes do período imperial até os dias de
hoje. Eram carros gigantes e imponentes. O abre-alas impressionou, reproduzindo
uma carruagem imperial, com carros três acoplados em 60 metros de comprimento.
A escola passou um minuto além do tempo
permitido, em 1h16. Segundo o regulamento, para cada minuto a mais, a escola
perde um décimo.
Familiares de Marielle Franco - incluindo a
mãe, Marinete, o pai, Antônio, e a irmã, Anielle - apareceram em um carro sobre
a abolição da escravidão, junto da imagem de Princesa Isabel, com uma faixa
escrita "Marielle presente".
Portela
A Portela celebrou Clara Nunes na Sapucaí,
homenageando a famosa cantora mineira e portelense, revivida em performance de
Emanuelle Araújo.
A carnavalesca Rosa Magalhães, sete vezes
campeã, investiu em fantasias unindo Madureira, Minas Gerais e religiosidade
africana, temática pouco explorada em sua carreira.
Várias mineirices apareceram, como igrejas de
arquitetura barroca no terceiro carro e em alas dedicadas ao passado católico
da homenageada.
União da Ilha
A União da Ilha do Governador levou a cultura
e os costumes do Ceará à Sapucaí na madrugada com um enredo sobre as obras dos
escritores Rachel de Queiroz e José de Alencar.
Obras como "Iracema", "O
Guarani" e "O sertanejo", de José de Alencar, e "As três
marias", "O quinze" e "Memorial de Maria Moura"
serviram como inspiração direta de fantasias e alegorias.
E comissão de frente misturou tradição com
modernidade ao mostrar um cortejo de sertanejos pedindo salvação, até serem
abençoados por um Padim Ciço voador – um "milagre" realizado com um
ator em cima de um hoverboard.
Paraíso da Tuiuti
Vice-campeã de 2018 com críticas políticas, a
Paraíso do Tuiuti voltou ao tema neste ano, e contou a história do Bode Ioiô,
eleito vereador em Fortaleza nos anos 1920. Foi o ponto de partida para
brincadeiras e relações com a política atual.
O samba foi bem cantado nas arquibancadas,
mas a escola teve problema com a evolução. O último carro demorou a andar e
algumas partes foram retiradas para ele entrar na avenida. Mas deu para
terminar dentro do tempo, em 74 minutos.
Uma ala mostrou a luta entre "o bode da
resistência e a coxinha ultraconservadora", seguida do carro com o bode
dando coice em um animal em forma de tanque de guerra.
Mangueira
A Mangueira deu uma aula de história na
Sapucaí. Mas uma história alternativa, com destaque para heróis da resistência
negros e índios em vez dos personagens tradicionais das páginas de livros
escolares.
O segundo carro apresentou uma releitura do
Monumento às Bandeiras, em São Paulo. A obra apareceu manchada de sangue, em
referência à forma violenta com a qual os bandeirantes exploravam o Brasil.
O samba citou Marielle Franco, vereadora do
PSOL morta a tiros em março do ano passado. A arquiteta Mônica Benício, viúva
de Marielle, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) e o vereador Tarcísio
Motta (PSOL) desfilaram à frente da última ala.
Mocidade
A
Mocidade Independente de Padre Miguel fez uma reflexão sobre a passagem do
tempo no encerramento dos desfiles. O carnavalesco Alexandre Louzada, vencedor
com a Mocidade em 2017 com um enredo sobre o Marrocos, construiu uma narrativa
baseada nas mitologias e nos mecanismos de contagem do tempo.
A
cantora Elza Soares, que será o tema da escola em 2020, foi um dos destaques do
carro abre-alas, sobre o deus grego do tempo Cronos e a criação dos astros. Ela
representava a estrela maior, que é o símbolo da Mocidade.
A
escola celebrou três de seus seis títulos no final de seu desfile, defendendo
que as lembranças são a melhor forma de derrotar o tempo.
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