Cantora fez muito sucesso entre os anos 1950 e 1960 e foi eleita uma das rainhas do rádio.
A cantora Angela Maria, uma das maiores vozes do Brasil,
morreu no final da noite de ontem, sábado (29 de setembro) em
São Paulo. Ela tinha 89 anos e estava internada há cerca de um mês, no Hospital
Sancta Maggiore, segundo informou seu marido, o empresário Daniel D’Angelo.
Angela fez muito sucesso
entre os anos 1950 e 1960 e foi eleita uma das rainhas do rádio.
Após 34 dias de
internação, ela não resistiu a uma infecção generalizada.
A cantora será velada
e sepultada neste domingo (30) no Cemitério Congonhas, na zona sul da capital
paulista.
O marido dela, o
empresário Daniel D’Angelo, divulgou um vídeo emocionado no Facebook falando
sobre a morte da cantora, que fez um estrondoso sucesso entre as décadas de
1950 e 1960.
Nome artístico
Abelim Maria da Cunha
nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em Niterói, São
Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde menina cantava
em corais de igrejas.
Ela foi operária
tecelã e inspetora de lâmpadas em uma fábrica da General Eletric, mas queria
ser cantora de rádio apesar da oposição da família.
Por volta de 1947,
começou a frequentar programas de calouros e passou a usar o nome Angela Maria,
para não ser descoberta pelos parentes.
Apresentou-se no
“Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje
Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de
calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” - programa
dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.
Quando decidiu tentar
a carreira de cantora, Angela Maria abandonou os estudos, o trabalho na
indústria e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Era do rádio
Em 1948, começou a
cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta pelos compositores
Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a Gilberto Martins,
diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou carreira na
emissora.
Em 1951, gravou pela
RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No ano seguinte,
sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o
primeiro grande sucesso de sua carreira.
Princesa e rainha do rádio
Durante a década de
1950, atuou intensamente nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, como a estrela de
“A Princesa Canta”, nome derivado de seu título de “Princesa do Rádio”, um dos
muitos que recebeu em sua carreira.
Em 1954, em concurso
popular, tornou-se a “rainha do rádio”, e no mesmo ano estreou no cinema,
participando do filme “Rua sem Sol”.
'Sapoti'
Encantado pela voz de
Angela Maria, Getúlio Vargas lhe deu o apelido de “Sapoti”. "Menina, você
tem a voz doce e a cor do sapoti", teria dito o presidente.
Ainda durante a
década de 1950, vários de seus sambas-canções viraram sucessos, como “Fósforo
queimado”, “Vida de bailarina”, “Orgulho”, “Ave Maria no morro” e “Lábios de
mel”.
Na segunda metade da
década de 1960, foi a vez de “Gente humilde” ser destaque nas paradas de
sucesso.
Em 1982, foi lançado
o LP Odeon com Angela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos
dois intérpretes. Em 1992, a dupla lançou o disco "Angela e Cauby ao
vivo", após o show Canta Brasil.
Em 1996, foi
contratada pela gravadora Sony Music e lançou o CD “Amigos”, com a participação
de vários artistas como Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico
Buarque, entre outros. O trabalho foi um sucesso, celebrado em um espetáculo no
Metropolitan (Claro Hall), no Rio de Janeiro, e um especial na Rede Globo. O
disco vendeu mais de 500 mil cópias.
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