terça-feira, 26 de abril de 2016

Dilma entrega casas na Bahia e volta a repetir que impeachment é golpe

Presidente participou de evento em Salvador nesta terça-feira (26).

Ela afirmou que não cometeu crime de responsabilidade.



Presidente entrega residências do Minha Casa Minha Vida na Bahia nesta terça-feira (26) (Foto: Maiana Belo/G1)
Presidente entrega unidades do Minha Casa Minha Vida na Bahia nesta terça-feira (Foto: Maiana Belo/G1)


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (26) que o processo de impeachment que está enfrentando no Congresso é um golpe e uma tentativa de fazer uma eleição indireta. A presidente participou da entrega de 2.800 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida em Salvador nesta terça, juntamente com o governador da Bahia, Rui Costa, e outros políticos contrários ao impeachment.
"Esse impeachment sem crime, esse impeachment que é golpe, na verdade, ele é uma tentativa de fazer uma eleição indireta por aqueles que não têm voto. Porque se eles querem chegar ao poder e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições, vão para a frente do povo e digam o que vocês querem", disse a presidente em discurso durante o evento. "O que eles querem é chegar e sentar na minha cadeira, mas sem voto. Esse é que é o problema."
A presidente voltou a negar que cometeu crime de responsabilidade. "O grande problema hoje do país [é] essa clara tentativa de golpe contra um mandato presidencial legitimo. (...) Eles falam que o impeachment é previsto na Constituição. Ele é previsto, só que eles não completam o resto da frase: é permitido o impeachment quando há crime de responsabilidade. Acontece que eu não cometi nenhum crime de responsabilidade", disse.
Dilma também falou sobre a acusação das pedaladas fiscais, afirmando que a prática existe há muito tempo no país e que apenas se tornou crime recentemente. "Sou acusada por algo que é praticado no país desde 1994. Que essa conta no qual a gente faz, eu pago para a Caixa e ela paga para mim, existe desde 1994. Passou 1995, 1996, chegamos nos anos 2000, 2001. Entrou no meu governo, não era crime. Aí em 2014, em 2015 virou crime. E isso significa o quê? Dois pesos e duas medidas. Significa injustiça", afirmou a presidente.
Além disso, a presidente afirmou que não há acusações de corrupção contra ela. "(...) Não acharam nenhum outro motivo, como aqueles que me acusa praticaram, como os crimes que eles praticaram, crime de corrupção. Eles têm acusação, eu não tenho acusação. O mais estranho é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior, é acusado pela Procuradoria-Geral da República", disse Dilma, se referindo a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu na Operação Lava Jato.
Entrega de moradias
O governador Rui Costa também discursou durante a entrega das casas. "Eu gostaria de agradecer a presidenta que o povo da Bahia escolheu. Quero agradecer também a João Leão, esse vice que é um amigo, não amigo da onça. Gostaria de agradecer também aos deputados que honraram o voto dos baianos", disse, referindo-se aos deputados federais da Bahia que votaram contra o processo de impeachment da presidente. 

"Esse golpe contra a presidente Dilma é da elite, dos endinheirados do país. No seu governo [Dilma] e do presidente Lula, o Nordeste teve vez e teve voz. O povo simples passou a ter água, comida, dignidade, e é isso que essa elite perversa não aceita, que o povo simples tenha casa pra morar", disse Costa.
Antes da cerimônia oficial de entrega das moradias do Minha Casa Minha Vida, Dilma visitou algumas unidades e conversou com moradores. Foram entregues 1.800 unidades do Residencial Coração de Maria, no bairro Cassange, e outras 1.000 unidades do Residencial Lagoa da Paixão, no bairro de Valéria. O investimento foi de R$ 179,2 milhões.
Além das unidades habitacionais inauguradas em Salvador, foram entregues casas em outras cidades ao mesmo tempo: 385 em Pirassununga (SP); 986 em São Carlos (SP); 362 em Santa Maria (RS) e 760 em Caucaia (CE).

Processo no Senado

Instalada nesta terça para analisar o processo de afastamento da presidente Dilma, a comissão especial do impeachment no Senado elegeu, em sua primeira reunião, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) para a presidência do colegiado e o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria.
A partir desta terça, Anastasia terá até dez dias úteis para elaborar um parecer recomendando ao Senado a instauração ou o arquivamento do processo de impeachment. A previsão é que a comissão especial fará reuniões diárias até a votação do relatório.
Ainda que o rito de impeachment do Senado não determine que a defesa da presidente se manifeste nesta primeira fase de tramitação do processo na Casa, Raimundo Lira disse que abrirá espaço para os defensores de Dilma e os autores do pedido de afastamento se manifestarem ainda nesta semana no colegiado.

FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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