Prefeitura de São Borja, no RS, contratou segurança particular para tarefa.
Comissão da Verdade pediu a exumação do corpo do ex-presidente.
Vigia guarda túmulo do ex-presidente em cemitério de São Borja (Foto: Reprodução/RBS TV)
Por telefone, o coronel Iguaraçu disse que após o encaminhamento do Executivo poderá determinar uma atenção maior do policiamento nas proximidades do cemitério, mas afastou a possibilidade de destinar PMs para fazer a segurança junto ao túmulo do ex-presidente.
A possibilidade surgiu após a negativa do Exército ao pedido do prefeito Farelo Almeida, para que sepultura de Jango fosse vigiada para evitar violações. O comandante da 3ª Divisão do Exército, general Geraldo Antônio Miotto, alegou que a área não é jurisdição das Forças Armadas.
Entenda o caso
No início de maio, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o Ministério Público Federal anunciaram a decisão de exumar o corpo de Jango, que morreu no exílio, na Argentina, em 1976. A CNV quer reunir uma força-tarefa de peritos internacionais para analisar a causa da morte do ex-presidente. O procedimento ainda depende de autorização da Justiça, o que deve ocorrer em três meses.
O advogado da família e neto do ex-presidente, Christopher Goulart, comemorou a decisão. Segundo ele, o procedimento pode significar a comprovação de uma “versão oficial mentirosa” e acabar com uma dúvida histórica levantada sobre a morte de Jango, além de abrir caminho para elucidar outras suspeitas sobre o período da ditatura militar no Brasil.
Detalhe da lápide do túmulo de João Goulart (Foto: Prefeitura de São Borja/Divulgação)
A exumação deve apurar a suspeita de que Jango tenha sido assassinado por envenenamento, durante exílio na Argentina, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Uma cápsula teria sido colocada no frasco de medicamentos que Jango tomava regularmente para combater problemas no coração.
O plano para a morte do ex-presidente teria sido executado por agentes da ditadura uruguaia durante a Operação Condor (uma aliança entre as ditaduras militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos regimes), a pedido do governo militar brasileiro. Os militares suspeitavam que João Goulart estivesse planejando sua volta ao Brasil por ter recuperado seus direitos políticos.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
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