O jornalista, apresentador e radialista Ricardo Eugênio Boechat morreu no início da tarde desta segunda-feira (11), aos 66 anos, em São Paulo.
Ele estava em um helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera e
bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela via.O
piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente.
Boechat era
apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista
"IstoÉ".
Ao longo de 49 anos
de carreira, que iniciou no começo da década de 1970, escreveu em jornais como
"Diário de Notícias", onde começou, "O Globo", "Jornal
do Brasil", "O Estado de S. Paulo" e "O Dia".
De 1990 a 2001, fez
parte da equipe do "Bom Dia Brasil", na TV Globo, com uma coluna
diária marcada pelo humor ácido e pela irreverência. Na emissora, também esteve
no "Jornal da Globo". Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve
passagem pelo SBT.
Boechat ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do
jornalismo brasileiro.
O jornalista deixa a
mulher, Veruska, e seis filhos.
O corpo de Boechat
será velado a partir das 22h no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Jardim
Europa, em São Paulo.
A morte do
jornalista causou comoção entre políticos, personalidades e jornalistas.
Na manhã desta
segunda, Boechat deu uma palestra a representantes da indústria farmacêutica em
Campinas, no interior do estado. Ele retornava a São Paulo, por volta das 12h,
e deveria pousar no heliponto da Band, no Morumbi, Zona Sul da capital
paulista.
Perfil
Filho
do diplomata, Dalton Boechat, que foi assessor da Petrobras, Ricardo Eugênio
Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires, na Argentina. O pai
estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores na Argentina.
Boechat era
recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três
categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV).
Em pesquisa do site
Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat
foi eleito o jornalista mais admirado.
Em 1998, Boechat
lançou ainda o livro "Copacabana Palace – Um hotel e sua história"
(DBA) – aos 17 anos de idade, havia sido assessor de imprensa do hotel.
Começo da carreira
Boechat começou a trabalhar
assim que deixou a escola, na virada de 1969 para 1970, após um período de
militância em que fez parte do quadro de base do Partido Comunista em Niterói
(RJ).
O pai de uma amiga,
diretor comercial do "Diário de Notícias", foi quem o convidou.
"Note que eu
mal batia à máquina, não tinha noção de rigorosamente nada. Tinha morado a vida
inteira em Niterói. O Rio de Janeiro para mim era o exterior", comentou ao
site Memória Globo.
Um de seus primeiros
textos foi uma nota exclusiva sobre Pelé, que lhe garantiu mais espaço no
jornal.
Depois, Boechat
passou a escrever na coluna de Ibrahim Sued (1924-1995), no mesmo "Diário
de Notícias". Ele considerava o período de 14 anos em que trabalhou com
Sued como decisivo para sua "formação como repórter".
"Eu pude ter
uma escola na qual a doutrina era procurar informações, e por trás de mim o
primeiro e maior dos pitbulls que eu já conheci, que era ele, rosnando no meu
ouvido 24 horas por dia."
A colaboração acabou em
1983, após uma briga com Sued. Boechat entrou, então, na equipe de "O
Globo", para fazer parte da coluna do "Swann", que passou a
chefiar em 1985.
Em 1986 e 1988,
esteve na sucursal carioca do jornal "O Estado de S. Paulo", com uma interrupção
de seis meses em 1987, quando assumiu a Secretaria de Comunicação do Estado, no
Rio de Janeiro, a convite de Moreira Franco, então governador.
Também passou
rapidamente pelo "Jornal do Brasil".
Finalmente, voltou
para "O Globo", na mesma "Coluna do Swann", onde
permaneceu, com breves interrupções, até 1997. No mesmo ano, ganhou uma coluna
que passou a assinar com o próprio nome.
Quando chegou ao
"Bom Dia Brasil", na década de 1990, dividiu bancada com Renato
Machado e Neubarth. Em 2006, começou a ancorar o "Jornal da Band".
*Lamento profundamente o falecimento do jornalista, Ricardo Boechat e ao mesmo tempo desejo os sentimentos de pesar a toda família, amigos, colegas e demais pessoas. Que sua alma descanse em paz. Um abraço fraterno a todos os familiares e amigos.
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