Escola foi vice-campeã em 2016. Agora, levou a taça no critério de
desempate com a Dragões da Real, que obteve a mesma pontuação e ficou com o
vice.
A Acadêmicos do Tatuapé é a escola campeã do carnaval 2017 de São Paulo. Depois do
vice em 2016, a escola da Zona Leste levou seu primeiro título com uma
homenagem à Mãe África. O campeonato veio no critério de desempate: a escola
ficou com a mesma pontuação da Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor
desempenho no quesito samba-enredo.
O presidente da agremiação, Eduardo Santos, agradeceu os
integrantes pelo empenho na conquista do primeiro título. "Nós viemos aqui
e mostramos para esse povo o que é a festa africana. O continente que mais
sofre no mundo, mas que sabe fazer festa", disse.
"Agora nós somos campeões do
carnaval. Ninguém pode escrever a história do carnaval de São Paulo sem passar
por 2017 e sem citar o nosso nome", afirmou o presidente da Tatuapé. O
presidente minimizou a polêmica da troca dos jurados e avaliou que as notas
foram coerentes com os nomes das escolas apontadas como destaques.
O G1 acompanhou
ao vivo a cobertura da apuração das escolas de samba do Grupo Especial de São
Paulo. A apuração das notas aconteceu na tarde desta terça-feira
(28), no Anhembi, na Zona Norte da cidade.
Exaltação ao povo africano
A Tatuapé foi a
quarta escola a desfilar na primeira noite de carnaval. Comandada pelo
carnavalesco Flávio Campello, a Tatuapé fez uma exaltação do povo africano, de
sua cultura e dos seus deuses com o enredo: "Mãe-África conta a sua
história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra do
ouro".
Na madrugada do sábado (25), contou
com 3,2 mil componentes, cinco alegorias e completou seu desfile com 61 minutos
— a 4 minutos do limite. Suas fantasias representavam os diferentes grandes
reinos da história do continente e seus países atuais, além das religiões
africanas, como o candomblé, o cristianismo e o islamismo.
Aos 72 anos de idade, Leci Brandão foi responsável por
abrir o desfile, sambando e cantando à frente da comissão de frente, composta
por 14 guerreiros protetores da árvore do Baobá, símbolo da força e da
resistência do povo africano.
O casal de mestre-sala e
porta-bandeira Diego e Jussara desfilaram pelo sexto ano na escola, e
conquistaram uma nota 10 e outras três 9,9.
O carro abre-alas simbolizava
"A Matriz da Vida" e apresentava a África como berço da humanidade.
Nas alas seguintes, a escola apresentou componentes que representavam reinos
africanos: Egito, Mali, Songhai, Iorubá, Benin e Marrocos. O segundo carro da
escola representava "África de todos os reinos", destacando as
preciosidades encontradas nesses diferentes povos.
Na sequência a escola trouxe alas que representavam as
religiões: candomblé, cristianismo, islamismo, hinduísmo e judaísmo. O terceiro
carro, uma espécie de templo do ecumenismo, foi batizado de "África de
todos os deuses".
O desfile seguiu com uma ala
dedicada para cada uma das formas de expressão: pintura, escultura, poesia e
literatura, musicalidade e carnaval. Estas alas foram acompanhadas do quarto
carro, "Da África: samba, congada e maracatu", uma síntese das
manifestações culturais que unem o Brasil à África.
Encerrando o desfile, uma homenagem
ao Zimbabwe, com cinco — de suas 21 — alas e um carro alegórico dedicado à
história do país, desde o Império Monomotapa, passando por sua colonização até
o país que é hoje. O final ainda teve direito a paradão da bateria com a escola
cantando sem os instrumentos.
Trajetória da escola
A Acadêmicos do
Tatuapé retornou ao Grupo Especial em 2013 e foi a vice-campeã no ano passado.
A agremiação foi fundada em 1952 e está sediada na Rua Melo Peixoto, no bairro
de mesmo nome. O título chega após 5 anos seguidos desfilando no Grupo
Especial. Em seu retorno à elite do carnaval de São Paulo em 2013, a Tatuapé
ficou apenas na 11ª colocação. Em 2014, ficou em 6º lugar. Em 2015, terminou na
12ª colocação.
FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário