quarta-feira, 2 de março de 2016

Mamonas ganham homenagem

TRAGÉDIA. No dia 2 de março de 1996, o avião que trazia a banda de Brasília não conseguiu pousar, arremeteu e se chocou contra a Serra da Cantareira




São Paulo, SP – Sete meses. Esse foi o tempo que a banda Mamonas Assassinas – formada por Dinho, Júlio, Samuel, Bento e Sérgio – teve para curtir o sucesso, conquistado com letras bem-humoradas e roupas despojadas.

Mas 20 anos depois do fim trágico do grupo, ele ainda é lembrado pela irreverência. No dia 2 de março de 1996, o avião que trazia a banda de Brasília não conseguiu pousar, arremeteu e se chocou contra a serra da Cantareira, em São Paulo, matando a tripulação e os cinco integrantes.


“Veja o quanto eles foram especiais: o tempo de carreira do grupo foi muito menor do que o tempo passado da morte deles até hoje. Mesmo assim, é possível ainda sentir o carinho das pessoas”, diz Samy Elia, que foi empresário da banda.

O disco dos Mamonas Assassinas, lançado em junho de 1995, chegou a 2 milhões de cópias vendidas até a data do acidente. Um ano depois do lançamento, foi a 3 milhões. Assim que estourou, o quinteto ganhou a simpatia do público brasileiro, e seus shows por todo o Brasil quase sempre tinham lotação máxima.

“Eles tiveram uma identificação com o povo brasileiro. As pessoas se viam nos Mamonas, por serem garotos simples da periferia que tinham alegria e vontade de vencer”, afirma Rick Bonadio, produtor do CD.

As canções deles, que não saíam das emissoras de rádio, tiravam sarro de portugueses (Vira-Vira), de nordestinos (Jumento Celestino), do pagode (Lá vem o Alemão) e até dos bichos (Mundo animal). “Ninguém vai conseguir fazer humor em música tão bem quanto os Mamonas. Até mesmo porque, hoje, não há liberdade para fazer tanta piada com tudo”, afirma Bonadio.

Mas o conjunto não encantou logo de início. Elia conta que as rádios não queriam tocar as composições dos Mamonas, por achá-las debochadas demais. “A 89 FM, em São Paulo, e a Rádio Cidade, no Rio, foram as primeiras. Quando Vira-Vira entrou nas listas das mais pedidas, as outras rádios tiveram de abrir espaço.”

Até que o Brasil ficou pequeno para o quinteto. Naquele 1996, o grupo faria uma turnê em Portugal.




FONTE: JORNAL GAZETA DE ALAGOAS

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