domingo, 6 de setembro de 2015

Hamilton mantém vitória na Itália após investigação. Massa sobe ao pódio

Com confirmação de triunfo em Monza e quebra de Nico Rosberg, britânico dispara na liderança do campeonato. Brasileiro contém pressão de Bottas e assegura 3º lugar






O semblante de preocupação de Lewis Hamilton logo após sair de sua Mercedes não condizia com quem havia acabado de vencer o GP da Itália deste domingo de forma avassaladora. Também, pudera. A corrida, válida pela 12ª etapa da temporada 2015, terminou muito depois da bandeira quadriculada. Tudo em razão da investigação de uma possível irregularidade na pressão dos pneus dos carros da Mercedes em Monza. Na pista, o britânico sobrou: largou da pole position, disparou na frente e cruzou a linha de chegada com 25s de vantagem sobre o segundo colocado, Sebastian Vettel, da Ferrari, enquanto Felipe Massa completou o pódio após segurar intensa pressão do companheiro de Williams, Valtteri Bottas nas voltas finais. Fora dela, o bicampeão só pôde comemorar efetivamente o triunfo quase três horas depois de encerrada a prova, após a direção de prova decidir não aplicar nenhuma punição.
Ele e seu companheiro de equipe, Nico Rosberg – que abandonou a duas voltas do fim após seu motor estourar – foram investigados pelos comissários depois que um delegado-técnico da FIA aferiu as calibragens dos carros de Mercedes e Ferrari no grid de largada cinco minutos antes do início da prova e detectou que a pressão dos pneus traseiros esquerdos do inglês e do alemão estavam, respectivamente, 0,3 psi (libra força por polegada quadrada) e 1,1 abaixo do limite mínimo de 19,5 psi determinado pela Pirelli. Tal medida foi imposta recentemente pela fornecedora, em razão das polêmicas decorrentes dos estouros de pneus de Rosberg e Vettel na etapa anterior, na Bélgica. 
Lewis Hamilton,GP Monza Formula 1 (Foto: AP)Lewis Hamilton recebe a bandeirada da vitória no GP da Itália (Foto: AP)
O caso foi reportado aos comissários, que abriram investigação, colocando o triunfo do britânico em risco. A direção de prova ouviu membros da Mercedes, engenheiros da Pirelli e o delegado-técnico da FIA e, após quase três horas, chegou ao veredicto: eximiu Mercedes, Hamilton e Rosberg de culpa, não aplicando nenhum tipo de sanção. A entidade entendeu que os pneus dos carros da Mercedes estavam dentro das normas antes de deixarem os boxes e tiveram perda de pressão no grid em razão de especificidades relacionadas ao cobertor térmico. Os comissários também cobraram a FIA e a Pirelli reuniões para definirem um protocolo mais claro para a fiscalização da pressão dos pneus.
Confira o comunicado da direção de prova do GP da Itália:
“Após ouvir o delegado-técnico, representantes da equipe e o time de engenheiros da Pirelli, os comissários determinaram que a pressão dos pneus estavam dentro do limite mínimo recomendado pela Pirelli quando estes foram colocadas no carro. 

De acordo com a determinação da pressão dos pneus, os comissários notaram que os cobertores térmicos haviam sido desconectados da alimentação de energia, como procedimento normal, e os pneus ficaram significativamente abaixo da temperatura máxima permitida para o cobertor térmico no momento da aferição da FIA no grid, e significativamente diferente das temperaturas de outros carros medidos no grid.

Em seguida, os comissários ficaram satisfeitos que a equipe tenha cumprido os procedimentos especificados, supervisionados pela fornecedora de pneu, com relação a questões de segurança. Assim, os comissários decidiram não tomar nenhuma decisão a mais. De qualquer forma, os comissários recomendam que a fornecedora de pneus e a FIA realizem  futuras reuniões para promover claras orientações às equipes sobre os protocolos de medição"
Com o resultado confirmado, Hamilton chega a sua sétima vitória no ano e, graças à quebra de Rosberg, dispara na liderança do campeonato. Restando sete corridas para o fim da temporada, o britânico lidera com 252 pontos contra 199 do companheiro de Mercedes. Com o pódio em Monza, Felipe Massa subiu para a quarta colocação no Mundial de Pilotos, com 97 pontos, deixando Kimi Raikkonen, da Ferrari, para trás.
A corrida
Foi uma largada tumultuada, em razão da Ferrari de Kimi Raikkonen que, alinhava em segundo ter ficado parada no grid. O Homem de Gelo partiu com muito atraso e despencou para a última posição. Hamilton manteve a ponta, seguido por Vettel. Quem se beneficiou com a confusão foi Massa, que pulou de quinto para terceiro. E quem levou o maior prejuízo foi Rosberg, que estava logo atrás da Ferrari do finlandês, precisou desviar e caiu para sexto, atrás também de Bottas e Pérez. Na segunda volta, porém, o alemão da Mercedes se livrou do mexicano da Force India e passou para quinto.

Felipe Nasr aproveitou bem o caos nos primeiros metros, arrancando bem e subindo de 11º para a sétimo. No entanto, o piloto da Sauber tocou na Lotus de Maldonado logo na primeira chicane. Com o choque, ele quebrou a asa dianteira e precisou fazer um pit stop, caindo para a 18ª e última colocação, já que ambas as Lotus abandonaram nas primeiras voltas.
Lá na frente, Hamilton abriu quase seis segundos para Vettel nas primeiras dez voltas, enquanto Massa se sustentava em terceiro com margem segura para Bottas. Lá atrás, Raikkonen escalava rapidamente o pelotão e já aparecia no top 10, em nono. Diferentemente do Homem de Gelo, Nasr tinha dificuldades de ganhar posições e aparecia em 17º.
Williams demora nos boxes e Massa perde posição para Rosberg
Nico Rosberg abriu os trabalhos nos boxes na 19ª volta, em uma tentativa de se antecipar à Williams com o objetivo de desbancar Bottas. O alemão não só ganhou a posição do jovem finlandês como também de Massa, "graças" a mais um lento trabalho dos mecânicos da Williams.
A rodada de pit stops terminou com Raikkonen por pouco não sendo acertado pela Manor de Roberto Merhi na entrada dos boxes. Após as paradas, a classificação era a seguinte: Hamilton liderava com 18s de vantagem sobre Vettel, e Rosberg era o terceiro, seguido por Massa, Bottas, Ricciardo e Pérez. Hulkenberg, Ericsson e o próprio Kimi completavam o top 10. Nasr figurava em 16º.
Com o abismo entre Hamilton e Vettel, as grandes atrações da corrida ficaram por conta da aproximação de Rosberg ao alemão da Ferrari, e pela escalada de Raikkonen na prova. O piloto da Mercedes foi descontando a diferença aos poucos, na busca pela segunda colocação, enquanto mais atrás o finlandês da Ferrari  já aparecia na sétima posição.
Motor de Rosberg estoura na penúltima volta
A duas voltas do fim, o motor de Rosberg estourou e o alemão abandonou a corrida. Quem se deu bem foi Massa, que subiu para terceiro. O brasileiro, no entanto, precisava segurar a pressão de Bottas para repetir o pódio em Monza. 

Mercedes manda Hamilton acelerar: "Depois da corrida nós explicamos"
Lá na frente, Hamilton era ordenado pela Mercedes a acelerar mais, mesmo com imensa vantagem para Vettel. "Depois da corrida explicamos", disse a equipe. Era por que o carro do piloto estava sendo investigado por possíveis irregularidades na pressão dos pneus. O britânico cruzou a linha de chegada com 25s de diferença para o alemão da Ferrari, enquanto Massa recebeu a bandeirada com Bottas em sua cola para segurar a terceira posição. Felipe Nasr terminou em 13º, fora da zona de pontuação. O resultado final do GP da Itália, porém, aguarda a decisão da direção de prova.
Resultado oficial do GP da Itália:
1 - Lewis Hamilton    (Mercedes)    1h18m00s688
2 - Sebastian Vettel    (Ferrari)    25s042
3 - Felipe Massa    (Williams/Mercedes)    47s635
4 - Valtteri Bottas    (Williams/Mercedes)    47s996
5 - Kimi Raikkonen    (Ferrari)    1m08s860s
6 - Sergio Perez    (Force India/Mercedes)    1m12s783
7 - Nico Hulkenberg    (Force India/Mercedes)    1 volta
8 - Daniel Ricciardo    (RBR/Renault)    1 volta
9 - Marcus Ericsson    (Sauber/Ferrari)    1 volta
10 - Daniil Kvyat    (RBR/Renault)    1 volta
11 - Carlos Sainz    (STR/Renault)    1 volta
12 - Max Verstappen    (STR/Renault)    1 volta
13 - Felipe Nasr    (Sauber/Ferrari)    1 volta
14 - Jenson Button    (McLaren/Honda)    1 volta
15 - Will Stevens    (Marussia/Ferrari)    2 voltas
16 - Roberto Merhi    (Marussia/Ferrari)    2 voltas
17 - Nico Rosberg    (Mercedes)    Motor
18 - Fernando Alonso    (McLaren/Honda)    6 voltas
- Romain Grosjean    (Lotus/Mercedes)    Abandono
- Pastor Maldonado    (Lotus/Mercedes)    Colisão



FONTE: G1 - O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO

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